De manhã a maioria de Boris, à tarde o 'impeachment' ridículo de Trump. A democracia é muito isto

Abílio dos Reis
Abílio dos Reis

É o tema do dia e não há como fugir ao seu périplo. Aliás, em abono da verdade, o tema de hoje é o tema de ontem. Porém, é incontornável. Porque se o dia das eleições até começou com fotos fofinhas com o amigo mais fiel do homem, o tom e o escrutínio foram mudando um pouco a brincadeira à medida que as projeções, que davam a maioria a Boris Johnson, não só se confirmaram como chegaram até aos 365 lugares num parlamento de 650. Mas melhor de que eu próprio vir palrar sobre o assunto, recomendo a leitura em jeito de rescaldo de três textos destas eleições britânicas: Ainda tudo pode acabar bem?, Entre o fogo e o caldeirão, a Grã-Bretanha escolheu os dois e, numa abordagem com mais humor, The Liar Takes it All. Há passado, presente e futuro. Há Escócia, referendos, Irlandas. E muita incerteza e confusão.

Ao final desta sexta-feira 13, do outro lado do Atlântico, igualmente agitação. Há quem acuse de coisas como abuso de poder e obstrução, mas o acusado diz que não fez nada de mal. Mais: não só é inocente em todo o processo de impeachment como este não é nada mais do que algo "ridículo" e uma "farsa" cujo único propósito é fragilizar a sua posição e campanha de reeleição em 2020. Quem o diz é o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. (Ah, e diz estar também disponível para se submeter ao julgamento político no Senado.)

Sem eleições, mas com nuances igualmente periclitantes. Há novos contornos na polémica recente que envolve a jornalista da RTP Sandra Felgueiras e a diretora de informação Maria Flor Pedroso da estação pública sobre uma investigação que envolve o ISCEM. A primeira acusa a segunda de ter passado "informação interna e sensível" ao instituto que estava a ser investigado pelo "Sexta às 9", mas Maria Flor Pedroso desmente. Nos próximos dias deverão ser conhecidos mais desenvolvimentos.

Ambição

Falta ambição. Em entrevista à agência Lusa, o antigo ministro das Finanças Bagão Félix diz não ver "demasiada ambição na subida do salário mínimo nacional para 750 euros em 2023". No entanto, vai mais longe e considera que uma empresa que não consiga suportar esse valor... é uma "ficção".

Polémicas à parte, hoje foi atribuído o Prémio Pessoa ao encenador que este ano somou salas esgotadas em Paris e que trabalha "há muito tempo fora de Portugal", mas que "nunca emigrou". E não foi o mais novo a sempre a ser distinguido, mas foi o segundo. Aos 42 anos, Tiago Rodrigues, foi consagrado porque o júri quis consagrar "uma carreira de excecional projeção dentro e fora do país", nas palavras de Francisco Pinto Balsemão.

Do Prémio Pessoa para a música num salto temporal. E logo para uma data redonda. Há 40 anos, os Clash editavam "London Calling". E, como se percebe pela leitura deste artigo, o punk nunca mais foi o mesmo. Vale a pena. Sem sair do mundo musical, esta sexta-feira foi também confirmado que a digressão europeia do próximo ano dos Guns N' Roses vai passar por Portugal, mais concretamente no Passeio Marítimo de Algés. Será um regresso ao palco que pisaram em 2017.

No capítulo desportivo, ontem foi dia das equipas portuguesas encerrarem a fase de grupos na Liga Europa. Provavelmente já sabe o resultado, mas nunca é demais ler sobre as incidências de como se fecharam as contas. Por isso, nada como dar um saltinho às nossas crónicas do encontro alucinante (à boleia dos Da Weasel) que envolveu o FC Porto, da confirmação do que o SC Braga iria mesmo acabar à frente do Wolverhampton de Nuno Espírito Santo, da estrelinha que finalmente apareceu em jogos do Vitória SC e, por fim, da derrota numa espécie de Choupana que afinal não chegou a ser, mas que ainda assim não ajudou o Sporting CP duma noite cinzenta na Polónia.

Descanso e Netflix

No entanto, tanta correria no relvado é giro e tal. Só que descansar também faz parte e é bom. Portanto, lanço a questão: já sabe quais são os fins de semana prolongados e as "pontes" possíveis de 2020? Poderá ler mais sobre o assunto aqui, mas posso adiantar que nove feriados nacionais calham em dias de semana. PS: Nem todos poderão gozar da medida, mas António Costa já assinou o despacho de tolerância de ponto na véspera de Natal e na passagem de ano.

Aproveitando esta senda de apelo ao descanso deixo duas sugestões para pegar um cineminha. Para desanuviar a cabeça e desligar de eleições e outros temas tais, já pode contar com um filme para desligar o cérebro e apreciar estilhaços, perseguições e explosões em cada cena que passa. "6 Underground", já se encontra disponível na Netflix. É do realizador Michael Bay, protagonizado por Ryan Reynolds e conta no elenco com a atriz Lídia Franco. E sem rodeios informo: as primeiras críticas ao filme não são lá muito favoráveis. Mas será que se podia realmente esperar outra coisa? Ou, reformulando, será que estamos realmente à espera dum candidato aos Óscares vindo de quem vem? Pois...

Noutro registo completamente diferente, estreou esta semana nas salas portuguesas o filme francês Graças a Deus, de François Ozon. Baseado em factos reais, o filme debruça sobre os abusos sexuais levados a cabo pelo padre Bernard Preynat a centenas de jovens escuteiros durante as décadas de 80/90. Poderá ler a crítica do filme aqui. 

O meu nome é Abílio dos Reis e hoje o dia foi mais ou menos assim.

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