Dizem que contêm a alma, que são como uma caixa de tesouros a guardar o que de melhor temos. Talvez possa ser para a literatura ou para a geografia poética, em dias de pandemia os olhos dos outros, no supermercado, na farmácia, devolvem-me sobretudo a ideia de solidariedade.
Este é o nome do grupo de Whatsapp que une quase duas mãos cheias de pessoas. Começou por se chamar jantar de Carnaval ou algo assim, e o objectivo era reunir certa malta, no restaurante Gula do Meko, na aldeia do Meco, para brincar e comemorar o Carnaval.
Em tempo de confinamento, com a quarentena sem fim à vista, a combater a propagação deste vírus que mudou radicalmente as nossas vidas, o que acontece no seio dessas famílias que agora estão fechadas dentro de quatro portas sem possibilidade de fuga?
Vives a medo e pensas, com certa raiva, que afinal não só não és livre como estás sujeito ao que o mundo tem para te dar. E não vale a pena dizer que se a vida te dá limões será melhor fazer limonada (tão irritante esta frasezinha), porque se dá vírus vais fazer o quê?