Desacatos continuam na Área Metropolitana de Lisboa. O que diz o governo e quais as próximas manifestações?

Alexandra Antunes
Alexandra Antunes

Odair Moniz, de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira no Bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, e morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.

A Inspeção-Geral da Administração Interna abriu um inquérito urgente e também a PSP anunciou um inquérito interno, enquanto o agente que baleou o homem foi constituído arguido.

Os desacatos estenderam-se, desde terça-feira, a outros bairros da área metropolitana, com viaturas e caixotes do lixo vandalizados e incendiados. No total, mais de uma dezena de pessoas foram detidas. Além do motorista de autocarro que sofreu queimaduras graves, alguns cidadãos ficaram feridos sem gravidade e dois polícias receberam tratamento hospitalar.

Com tudo isto, o que diz o governo? 

O ministro da Presidência assegurou hoje que o governo está atento e “a ouvir” as preocupações dos que se manifestam de forma pacífica e admitiu que há muitos portugueses que “não têm ainda o que merecem”.

 Após uma reunião do Conselho Metropolitano de Lisboa, foram apontadas várias medidas a executar:

  • mais polícias na rua;
  • meios de vigilância que podem ser “presenciais a cibernéticos”;
  • redes sociais também estão a ser escrutinadas para “detetar e prevenir todos os acontecimentos errados” e fazer a “vigilância dos comportamentos incorretos”;
  • reforço da segurança também nos autocarros;
  • reforço da segurança de proximidade, não apenas para parar estas manifestações, mas para o futuro.

E o Conselho Metropolitano de Lisboa?

O presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa disse hoje que a reunião entre os autarcas desta área metropolitana e os ministros da Presidência e da Administração Interna permitiu iniciar “uma reflexão alargada” sobre a política de segurança em Portugal.

“O governo ouviu os autarcas, ouviu as suas dificuldades, ouviu como estão a passar, aquilo que necessitam e, fundamentalmente, não apenas neste momento, mas aproveitando este momento, para fazer uma reflexão alargada sobre a política de segurança em Portugal”, declarou Basílio Horta (PS), que é também presidente da Câmara Municipal de Sintra.

Quanto à desordem pública, o presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa concordou com a posição do Governo e com a decisão de que a polícia tem de “atuar inequivocamente” para garantir a segurança de todos: “Há um reforço do policiamento, um reforço importante do policiamento, quer em meios humanos, quer em equipamentos, que era isso que nós realmente desejávamos”.

“Agora também muito importante é que este reforço de equipamentos e de pessoal não seja apenas nesta fase, mas esta fase deu a oportunidade, abriu a porta para uma discussão mais profunda de saber como é que os meios de intervenção da segurança estão a viver nesta altura”, ressalvou Basílio Horta.

Que manifestações estão previstas nos próximos dias? 

Está prevista para sábado uma manifestação com o lema “Sem justiça não há paz”, entre a praça Marquês de Pombal e a Assembleia da República, organizada pelo movimento Vida Justa, familiares e amigos de Odair Moniz, associações de moradores do bairro do Zambujal, onde residia a vítima, e de outros bairros da Área Metropolitana de Lisboa.

Para o mesmo dia, o Chega convocou uma manifestação “em defesa da polícia”, que vai arrancar pelas 15:00 da Praça do Município, em Lisboa, para a Assembleia da República, o mesmo local onde terminará o outro protesto.

*Com Lusa

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