Esta semana deparei-me, numa rede social, com uma publicação patrocinada de mais uma aplicação de localização de pessoas. A mesma é vendida com a palavrinha “safe” associada. Ora, bem sei que vivemos tempos negros e que as questões de segurança são hoje mais pesadas do que em tempos idos, mas há alg
Creio que nunca vos contei mas, na verdade, não gosto de trabalhar. Gosto de fazer as coisas de que gosto e para as quais raramente me pagam. A isso não se chama trabalhar porque o trabalho supõe uma remuneração. Sou muito boa, mesmo muito boa a fazer as coisas de que gosto e péssima a protelar algu
Não é uma música do Chico Buarque, tão pouco este a cantou nos concertos de há dias em Lisboa e no Porto, mas foi assim, a cantarolar a canção de Tom Jobim, que saí do Coliseu dos Recreios depois de duas horas da melhor música do mundo. Passaram-se dias, e não me sai da cabeça.
O catalão Ferran Adrià deve ser, depois do francês Bocuse, o cozinheiro mais famoso no mundo. Mas ninguém como o carismático nova-iorquino Anthony Bourdain deu a conhecer os sabores da cozinha dos mais diferentes lugares do mundo, os conhecidos e os desconhecidos. Com dois acrescentos: ele foi um ge
Estou triste com Portugal. Quando falo de Portugal, refiro-me mesmo ao país real e não a Lisboa. Estou magoado com cidades como Aveiro, Viseu, Santa Maria da Feira e Lousã. Não me apanham lá outra vez, especialmente em vésperas de Verão onde é preciso ter corpo para ficar bem no biquíni.
Confesso-vos que nunca me tinha acontecido. Nenhuma morte de qualquer celebridade, por mais que a admirasse e reconhecesse talento, tinha mexido assim comigo.
Somos um país de futebóis, por isso uma expressão dos beisebóis requer sempre explicação. Refiro-me à “rain check”. Numa tradução imediata, trata-se dum “cheque-da-chuva”, uma espécie de vale de reembolso pluvioso. Como já referi, isto vem do beisebol, algures no final do séc. XIX.
Isto é um texto de ficção com um formato noticioso e não uma notícia. Fique tranquilo, leitor. Não comece a partilhar este artigo como “FAKE NEWS, INACREDITÁVEL A ÉTICA DESTES JORNALEIROS”. Permita-me ludibriá-lo com este título enganador para lhe apresentar este exercício especulativo e, perdoe-me,
Novo governo em Espanha. Novo governo na Catalunha. Tomaram posse com escassa meia-hora de diferença, na manhã de sábado. Têm como prioridade recuperar o diálogo perdido. A dose de esperança é tão grande quanto a de desconfiança. Mas isso já é um bom progresso, porque o que até aqui havia era o muro
Ah, é tão bom visitar uma cidade com alguma desculpa para a viagem — assim não temos de aguentar o dedo em riste a acusar-nos do maior dos crimes: ser turista!
Os velhinhos podem descansar, os vegetais também. A despenalização da eutanásia não foi aprovada na Assembleia da República e a moral e os bons costumes continuam intactos.
Não sou o gajo mais patriota do mundo, confesso-vos já. Não sofro daquele amor exacerbado por Portugal que às vezes parece que deixa algumas pessoas tão cegas pelo país que conseguem dizer que a praia de Carcavelos é mais bonita do que as Bahamas, ou que se a padeira de Aljubarrota ainda fosse viva
A decisão de Zidane em deixar o comando técnico do Real Madrid surpreendeu-nos, mas não devia. Porquê? Porque o francês sempre teve um gosto por tomar a decisão certa no momento certo e sair sempre pela porta grande.
Numa semana recheada de temas quentes e outros que só servem para nos distrair dos mais quentes de todos, que podem pôr em causa muitas das instituições e estruturas que damos como certas, a eutanásia, tema controverso, algo abstracto na sua essência, pela forma como filosoficamente questiona a natu
Viver no Parque das Nações é bom. Por inúmeras razões. Vinte anos depois da Expo’98, quem aqui vive sabe que dispõe de um território com qualidade, apesar das enchentes de carros ao fim de semana e de sucessivos alertas de segurança à conta de eventos de natureza variada no Altice Arena. São factore
Era claramente demasiado bebé chorão para me recordar do incrível chapéu de Karel Poborsky a Vítor Baía, nos quartos-de-final do Euro ’96 e talvez só no subconsciente se tenha alojado a frustração (na altura acredito que relativa, tendo em conta que a frequência em nada se parecia com a de hoje) de
Foi o amor que os trouxe para cá. Serenah, cristã, e Hindi, não praticante de família muçulmana, ambos palestinianos, viviam um amor de risco — um risco para as suas vidas ou o risco da morte desse amor.