São 11 contra 11 e no final perde Proença

Tomás Albino Gomes
Tomás Albino Gomes

Pode preparar o equipamento e o cachecol, pode voltar aquele grupo de Whatsapp com a malta da bola. Estamos oficialmente em contagem decrescente para o início do campeonato, que vai regressar no dia 3 de junho com um Portimonense Vs. Gil Vicente, um jogo mais apetitoso do que pode aparentar. Por um lado, a necessidade da equipa de Portimão conquistar pontos e manter acesa a luta pela manutenção no campeonato nacional, por outro, e, confesso, a minha razão favorita, a constelação de grandes vultos presentes naquele relvado, de “Cha Cha Cha” Jackson Martínez a Ricardo Vaz Tê, passando pelo irreverente Vítor Oliveira, o treinador que é rei na II Liga e que teve uma primeira época bastante positiva com o recém-regressado clube de Barcelos. Pode ver o calendário completo aqui (spoiler alert, vamos ter um FC Porto - Sporting CP a uma quarta-feira).

No entanto, não é a luta pela despromoção ou pelo título, a disputa pelo terceiro lugar entre o Sporting CP e a sombra do projeto de Rúben Amorim, em Braga, ou se Carlos Vinícius vai voltar de pé quente, a discussão que assalta os jornais ou os fóruns desportivos, dos mais sérios aos mais informais. O campeonato está a menos de duas semanas de distância e em cima da mesa está o jogo de poderes na Liga, com o futuro Pedro Proença, outrora presidente com um apoio massivo, na corda bamba.

A história não é nova, começa no fim administrativo da II Liga e posições duras por parte do Cova da Piedade e Marítimo, continua pelas críticas de Luís Filipe Vieira em relação à omissão de apoios aos clubes do segundo escalão por parte de Proença e estala definitivamente quando o antigo árbitro, à revelia das operadoras - NOS, SportTV, Altice e Vodafone - envia uma carta à Presidência da República e ao Ministério da Economia solicitando a influência do Estado para que os jogos das 10 jornadas que faltam disputar sejam transmitidos em sinal aberto, de forma a evitar aglomerações de pessoas em cafés e restaurantes e, assim, possíveis situações de risco de transmissão do coronavírus, o responsável pela pandemia mundial e consequente paragem do futebol.

Ora, quem não gostou especialmente deste último ponto foram as operadoras e os clubes, que têm somado enormes perdas dia após dia com a paragem do campeonato e sem transmissão de jogos em canal fechado. Ontem, houve reunião entre os presidentes dos 18 clubes da I Liga com Pedro Proença e o ambiente foi escaldante. António Salvador pediu a demissão dos clubes que integram a direção da LPFP e Proença marcou uma Assembleia Geral para 9 de junho de forma a tentar antecipar-se a possíveis formas de descontentamento e, assim, conseguir uma moção de confiança com uma estratégia para aliciar o G-15, grupo de clubes que não inclui os chamados três grandes.

Tic tac, tic tac... o relógio não para para o presidente da Liga e o primeiro dia após a tempestade não foi de bonança, com a NOS a anunciar que não vai renovar o contrato que faz da operadora o principal patrocinador da I Liga - a última renovação valeu qualquer coisa como cerca de 20 milhões de euros ao organismo - e o SL Benfica a apresentar demissão da direção de clubes da Liga.

A ‘novela’ dever-se-á prolongar e é o sinal mais vivo de que o futebol voltou, infelizmente, ainda apenas fora das quatro linhas, com muitas táticas, mas poucos motivos para festejar.

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