Os 166 dias que a presidência Trump atinge neste 4 de julho trazem uma revelação: o homem que recebeu 63 milhões de votos para ser o chefe da nação supostamente mais poderosa no mundo, com o encargo de analisar problemas, receber conselhos, tomar decisões e assinar decretos, tem tempo para consumir
The summer of love começou num inverno, o de há 50 anos. Principiou em 14 de janeiro de 1967, no parque da ponte Golden Gate, de San Francisco, lugar da convocatória pelo poeta beatnick Allen Ginsberg e pelo papa da então legal LSD, Timothy Leary, para a assembleia Human Be-In.
Muitas das melhores histórias não são escritas no teclado do computador, saem directamente do coração. O ofício de jornalista trata de construir frases para dar a entender, com a maior precisão e clareza possíveis, aquilo que de relevante acontece. Às vezes, quando a tristeza é tão grande e a alma e
Hamad bin Khalifa, emir do Qatar durante 18 anos (de 1995 até abdicar para o filho em 2013), chegado ao poder depois de derrubar o pai num golpe de estado, liderou um pequeno país que não chega a ter o tamanho da Estremadura e Ribatejo juntos, mas que projetou muito poderoso no mundo. O Qatar tem um
Theresa May tenta disfarçar o “mayday”, faz por passar a impressão de não estar perdida. Mas a primeira-ministra que queria, nestas eleições, reforçar a maioria absoluta, colhe um fracasso absoluto. Dispõe-se, apesar de enfraquecida, a formar um governo de recurso, certamente muito a prazo. Boris Jo
Os eleitores britânicos têm fama de desconcertar as empresas de sondagem. O sistema eleitoral contribui para que o seu voto conduza a resultados imprevisíveis. É assim que as últimas sondagens antes da votação de hoje tanto apontam para uma vitória insuficiente (abaixo da maioria absoluta que tinham
Do atentado na ponte de Westminster (em 22 de março) ao da ponte de Londres (na noite de sábado) passaram 73 dias, e nestes menos de três meses, desgraçadamente, a primeira-ministra Theresa May teve de aparecer por três vezes na porta da residência de chefe do governo para falar aos concidadãos brit
A boa sintonia entre o Ocidente durou precisamente 69 anos: 3 de junho de 1948 é a data histórica em que entrou em aplicação o Plano Marshall, que instalou a relação especial entre os Estados Unidos e a Europa, como grandes aliados. Passados estes 69 anos de persistente harmonia no fundamental das r
1. Depois do Bataclan de Paris, do Pulse de Orlando, agora a Arena de Manchester, outra vez uma sala de espetáculos no alvo da crueldade terrorista. Desta vez, a barbárie teve na linha de mira adolescentes, jovens adultos e pais que tinham ido buscar os filhos que estavam entre as 18 mil pessoas com
Por mais que apeteça celebrar com entusiasmo o triunfo de um artista peculiar, com sensibilidade em que desejamos rever-nos, como é Salvador Sobral, é um excesso que essa alegria ocupe meia hora na abertura do telejornal.
A percepção é determinante. Bento XVI apareceu-nos sempre como um velho professor, fechado, austero na sua cátedra. As suas palavras como Papa exprimem pensamento que se traduz em lições e doutrina. Como se estivesse sempre a falar para audiências qualificadas. O Papa Francisco nunca se põe na cáted
Le Pen quis apresentar Macron como filho político de Hollande. A noite do triunfo de Macron evidencia que a ascendência mais assumida é a de Mitterand. Ficou marcada nos gestos: a longa caminhada solitária de Macron, ao som do hino à Alegria de Beethoven, símbolo da Europa, na esplanada do Louvre at
Há 31 anos menos três dias, 10 de maio de 1981, François Mitterand recebeu 51,7% dos votos, destronou Giscard e pôs a esquerda no poder em França. Abriu uma década de vaga socialista na Europa. O noticiário da rádio, às seis da tarde desse domingo de maio de 81, fez uma pausa de segundos até que nos
A startup da política criada há um ano por Emmanuel Macron está, agora, a chegar à fase em que se vai ver se tem ou não energia para liderar a mudança em curso na paisagem política francesa. É a partir de agora que se vai perceber se Macron tem ou não estatura para aparecer como um novo imperador na
Neste dia 25 de Abril vem para o topo uma recomendação: procurar e entrar pela leitura do primeiro dos novos oito volumes de uma obra fundamental, o Dicionário da História de Portugal. Joel Serrão iniciou, a grande tarefa deste Dicionário nos anos 60 do século XX. Trouxe-nos então, em seis volumes,
As sondagens mostraram-se fiáveis, a questão presidencial francesa está resolvida: salvo enorme e improvável surpresa, Emmanuel Macron vai ser, a partir de 7 de maio, presidente da França. O duelo final vai opor dois modelos de sociedade claramente distintos: a França inclusiva e aberta ao mundo pr
A pergunta mais essencial em volta das eleições presidenciais em França leva o nome de Marine Le Pen, e é esta: ela pode realmente ser eleita presidente de França? É a pergunta fulcral porque há a noção de que a eleição de Le Pen significaria, um ano depois do Brexit, o abrir de portas ao Frexit, po
Houve um tempo em que triunfavam e influenciavam o cinema, a música e a literatura de França. Truffaut e Godard, Gréco e Ferré, Genet e Camus, Duras e Yourcenar. É uma época que começou a extinguir-se um pouco antes do final do século XX. Era uma ocasião em que ir a Paris era uma primeira ambição de
A barbaridade em Khan Sheikoun tem tudo para nos revoltar. Quando vemos as imagens daquelas crianças, daquela gente de todas as idades, a morrer em asfixia pelo gás tóxico, saímos da rotina do desfile de imagens de guerra que, pelo efeito de repetição, quase desarma a nossa sensibilidade. A utilizaç
Agora, foi na esplêndida e histórica São Petersburgo. Este ataque do terror a Putin, no dia em que o presidente russo estava na cidade onde se impôs como homem poderoso, parece ser, apesar das poucas certezas, o preço que a Rússia paga por estar a impor a sua força militar na Síria. O ataque no metr
Um documentário recente da BBC mostra admiravelmente como em menos de dois séculos Londres deixou de ser uma capital exclusivamente branca para se tornar uma metrópole global, multicolor, multirracial, onde convivem umas 50 culturas e mais de 100 línguas. É uma Babilónia moderna, numa cidade toleran
Qualquer de nós pode ter um mau dia. Este Jeroen Dijsselbloem tem um problema, acumula dias maus. Já todos sabemos o que comentou em entrevista ao Frankfurter Allgemeine: Vê os países da Europa do Sul como esbanjadores em copos e mulheres. Jeroen Dijsselbloem é ainda ministro da Economia da Holanda
A Europa aparece-nos hoje como uma entidade confusa, vaga, com a alma sequestrada. Vale lembrar relatos mais antigos. Na mitologia grega, Europa era filha de Agenor, rei da Fenícia, e foi raptada por Zeus que a levou para Creta, para que Hera, a muito ciumenta mulher, não ficasse a saber. Ovídio, no
Ninguém na Europa estaria a ligar às eleições desta quarta-feira na próspera, pacífica e tradicionalmente libertária Holanda e a ficar nervoso à espera dos resultados se não fosse esta personagem com cabeleira que faz lembrar os compositores clássicos do século XVIII: Geert Wilders. A única conhecid