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A ascensão de Adolfina
Quando falamos da Alemanha ou do Governo alemão temos tendência a fulanizá-los em Frau Merkel ou Herr Schauble. Também simplificamos as suas posturas com a ideia de que a União Democrata-Cristã, onde os dois pontificam, é a força partidária mais à direita. Mas a política germânica é muito complexa e -
Segundo Round: onde é que já vimos isto?
Por esta altura já toda a gente deve estar a perguntar para que servirá mais um debate entre Trump e Clinton. Não há quem não saiba ao que vêm, e é duvidoso que Donald consiga melhorar a sua imagem depois de mais uma semana de gafes. Mais duvidoso ainda é que queira melhorá-la, logo ele, que acredit -
O retorno da simplicidade
João e Antónia abandonaram as suas bem remuneradas profissões em Lisboa, compraram dois hectares perto de Montemor e estão a tentar viver com qualidade sem destruírem recursos naturais esgotáveis. É possível? Valerá a pena? -
Espanha: no te entiendo, no te entiendo
Diz-se que a situação política está agitada em muitos países europeus, e até na Europa como um todo, mas em nenhum deles está mais confusa do que em Espanha. Há quase um ano que o país não tem um Governo eleito e, pelo andar dos partidos, parece que não vai ter tão cedo. Todos têm as suas razões, ma -
O pai impetuoso ou a mãe dedicada?
Cem milhões de pessoas assistiram ao frente a frente entre Trump e Clinton. Exactamente 66 anos depois do primeiro debate presidencial televisionado da História (entre Nixon e Kennedy), ainda se discute até que ponto esta fórmula é decisiva para ganhar as eleições. -
O novo Reino Unido está menos democrático?
Muita coisa mudou em Inglaterra depois do Brexit, mas não as mudanças que se esperavam. Curiosamente, tanto o “The Guardian” como o “The Economist”, opostos no espetro ideológico, concordam que o país de repente surge como um Estado de partido único, com um dirigente não eleito. Continuando com cer -
Brasília em brasa
Vivem-se dias decisivos, na capital do Brasil. Por um lado, o impeachment da Presidente Dilma Rousseff chega à fase final, em que uma votação por maioria no Senado será suficiente para a afastar definitivamente. Por outro lado, recentes desenvolvimentos no Processo Lava Jato mostram que todo o siste -
O dragão das Filipinas
Eleito numa plataforma de direita em Maio, o novo Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, está a cumprir o que prometeu na campanha: matar os suspeitos de tráfico de droga, sem julgamento. -
Desta vez, Trump escolheu como inimigos aqueles que a América nunca questiona
Os últimos dias têm sido dramáticos para o superlativo Donald Trump. Não admira, pois o candidato republicano, sempre pronto a atacar, desta vez meteu-se com um grupo sagrado para toda a sociedade americana: os veteranos de guerra. -
Lula, de rei a réu
Há meses que a imprensa, televisões e redes sociais anunciavam a prisão de Luís Inácio Lula da Silva como se estivesse iminente, fosse inevitável, ou até mesmo facto consumado. "Lula detido", "Lula levado para a Polícia Federal", "formalmente acusado", etc. eram títulos tão frequentes que às tantas -
Hillary, a futura, não é a primeira
Mesmo mal amada, Hillary Clinton tem uma boa parte do planeta a torcer pela sua vitória e, se tudo lhe correr bem, será a primeira mulher Presidente dos Estados Unidos. Mas não é a primeira candidata. Já houve duas, no século XIX. Por acaso mulheres muito mais interessantes. Mas o ser interessante n -
Uma olímpica vergonha. No Rio, só mesmo levando a situação na desportiva
Os jogos do Rio de Janeiro ainda não começaram e já se amontoam os problemas, desde raptos e roubos a obras atamancadas e poluição persistente. A recessão que assola o país e a incompetência crónica da gestão da cidade antecipam, para muitos, um resultado que vai do embaraçoso para o descalabro. Ain -
Uma selfie de Paul Ryan diz mais que mil palavras de Trump
A questão do racismo sempre foi uma questão nos Estados Unidos. (Não quer dizer que não seja noutros países, mas cada um tem a sua maneira de não saber lidar com ela.) Nos EUA o problema nem cresce nem decresce – rola como uma onda, com altos e baixos. Ultimamente, a onda está em alta. Porque a polí -
O estranho caso do informador no Conselho de Estado
O Conselho de Estado, como toda a gente sabe, é um órgão consultivo do Presidente da República, que reúne quando este quer, para falar sobre o que entender. Cavaco Silva, que tinha poucas dúvidas e nunca se enganava, reuniu o CE apenas uma dúzia de vezes em dez anos – o que quer dizer que não lhe da -
Desculpe se lhe furei os olhos, foi sem querer...
Os alemães têm fama de ser rígidos, mas são os ingleses que têm o comportamento mais codificado da Europa. Quando duas pessoas não sabem sobre o que falar, falam do estado do tempo. Quando não sabem o que fazer, bebem chá. Têm horas precisas para começar e parar de se alcoolizar. Inventaram palavras -
A estranha mania das armas
É inegável, o bicho Homem gosta de armas. Mesmo quando não precisa nem tem uma boa desculpa para as guardar em casa ou trazer a tiracolo. Na Suécia, um pais civilizado e pacífico, 31,8 por cento das famílias tem pelo menos uma arma. Dito de uma maneira mais contundente, um terço da população sueca t -
Brasília em guerra e não haverá sobreviventes
Por estes dias, não há um político em Brasília que tenha descanso. O campo está minado por todos os lados, não se sabe quem são os amigos e os inimigos, os conchavos ("articulações") fazem-se e desfazem-se ao sabor da salvação imediata e qualquer coisa que se diga, ou não diga, poderá ser fatal. -
Universidade Trump: o esquema que pode (finalmente) deitar abaixo Donald
Em resumo, Donald Trump passou de uma espécie de aberração circense para um sucesso de palco, e na semana passada confirmou-se que tem o número de votos do colégio eleitoral suficiente para ser o candidato republicano à Casa Branca. A nomeação parece inevitável. A não ser que o último escândalo que -
Eles (também) vão por a Isabel no lugar certo!
A iniciativa do Museu Nacional de Arte Antiga, de criar um crowdfunding para comprar "A adoração dos Magos" de Domingos Sequeira, foi um grande sucesso. No Reino Unido, onde iniciativas deste género são frequentes, os ingleses querem também fazer o mesmo com um quadro icónico. -
Fernando Henrique Cardoso: "aos 85 anos, não quero dar pretexto (...) a me usarem para uma imaginária luta 'contra o golpe', um golpe que não houve"
Fernando Henrique Cardoso, um dos nomes mais respeitados dentro e fora do Brasil, pôs fim às dúvidas e pronunciou-se sobre a legitimidade do processo de impeachment à presidente Dilma Roussef. Não é golpe, diz, mas sim um processo que decorre em 'estrita obediência' à Constituição. "Estranho golpe n -
Afinal, qual é o mal da Uber?
A entrada da plataforma informática Uber em Lisboa, em Julho de 2014, provocou uma agitação que chegou mesmo àquelas pessoas que circulam na cidade a pé ou em transportes públicos de massa. Num crescendo, a repulsa dos táxis por este novo concorrente atingiu proporções desproporcionadas, que culmina -
Brasil na hora da ressaca
Agora que está dado o primeiro passo no longo processo que levará, quase inevitavelmente, à deposição da Presidenta Dilma Roussef, será a altura de fazer um balanço do que se passou e do que está para acontecer -
A parvoíce do género ou a generalidade do parvo
O Bloco de Esquerda é o partido mais surpreendente da Assembleia da República (e, quiçá, mesmo fora da AR, incluindo os agrupamentos dos Srs. Marinho Pinto e Manuel Coelho, se ainda os têm). Para começar, não se chama Partido, mas sim Bloco, como aqueles grupos mais pequenos do Carnaval carioca, que