José Couto Nogueira é jornalista desde os tempos do Antigo Regime e já trabalhou como repórter, colunista, editor, chefe de redacção e director em muitas publicações, entre elas o jornal digital "Alface Voadora", em 1997-2000. Viveu mais de 20 anos em Londres, São Paulo e Nova Iorque, e escreveu quatro livros de ficção e três de não ficção. Está no SAPO24 desde 2015.
Estamos habituados a ver a América do Norte como um país que sabe o que quer e consegue atingir os seus objetivos – no mínimo vai atrás deles com uma persistência permanente. Não surpreende, portanto, que a América do Norte agora nos surpreenda. Os Estados Unidos parecem à deriva, perdidos nos mitos
O Governo iraquiano acaba de anunciar o fim do domínio do ISIS [o autoproclamado Estado Islâmico] em Mossul, após capturar a simbólica mesquita Grand al-Nuri, naquela que foi a capital do grupo no Iraque. Foi nessa mesquita que Abu Bakr al-Bagdadi anunciou, em 29 de junho de 2014, a fundação do Cali
Arquitetura sustentável. Para os que a habitam, significa mais conforto e menos custos. Para os que a fazem, implica o recurso a novos materiais e muita reciclagem. Foi isto que se discutiu em Lisboa esta semana.
O Discurso da Coroa do Reino Unido é um espetáculo hollywoodesco com cerimonial medieval, digno de um filme de Cecil B. De Mille ou Tim Burton. Vale a pena vê-lo para constatar como o Império Britânico ainda não assumiu a sua morte. E vale a pena ouvi-lo para saber como o Governo de Theresa May, ain
Depois da sua surpreendente cavalgada para a Presidência da República francesa, o que toda a gente se perguntava é como Emanuel Macron governaria sem existência parlamentar. Ontem, a primeira volta das eleições legislativas deu a resposta: Macron vai governar com maioria absoluta.
O último mês em Angola foi tudo menos normal. O presidente José Eduardo dos Santos esteve desaparecido, as versões da ausência demoraram a acertar-se e as especulações multiplicaram-se num país a menos de quatro meses de eleições.
Os norte-americanos querem retirar-se da Ásia e do controle planetário – uma oportunidade para a China, que caminha inexoravelmente para se tornar a maior potência mundial.
Atarantados entre o Festival da Canção, as eleições francesas, o Benfica e a Coreia do Norte, poucos neurónios temos usado para acompanhar o que se passa nos Estados Unidos. Mas a situação em Washington está ao rubro.
Pronto, Le Pen não será Presidente. A União Europeia e a França podem suspirar de alívio. Para a UE, a questão está resolvida até 2022; Macron disse que quer mudar alguns pormenores da letra e da forma da União, mas espera-se uma vidinha sem sobressaltos. Os franceses não podem contar com a mesma tr
A meio da primeira semana para a segunda volta das eleições francesas, Amiens foi o palco perfeito para a nova disposição do xadrez. Le Pen abraçou trabalhadores à beira do desemprego, Macron reuniu-se com patrões e sindicatos. E para aqueles que acham impensável que alguma esquerda venha a votar Le
Marine Le Pen não chegou lá. A França não sairá da União Europeia, os magrebinos não serão expulsos, nem o país que é o centro institucional e geográfico do Continente entrará numa cavalgada nacionalista e antiglobalização. Tão simples como isto. O resto, como diria Demócrito, são opiniões.
O que se está a passar na Turquia? Segundo a esmagadora maioria da comunicação social e da opinião pública mundiais, assim como da oposição turca, Erdogan está em vias de se tornar um ditador dentro dum sistema pseudo-democrático. É verdade, mas é mais do que isso.
É um problema de difícil solução e para o qual não se tem conseguido uma política eficiente ou mesmo paliativa. O que está a destruir a civilização europeia, ou a qualidade de vida ocidental, ou os valores tradicionais da nossa cultura (conforme a ideologia de quem o afirma) é a situação demográfica
Quem assistiu ontem ao distópico debate dos candidatos às eleições francesas só pode ter sentido “vergonha alheia”. Então, ao fim de duzentos e tal anos de políticas variadas e mudanças radicais, é isto que o centro geográfico, moral e intelectual da Europa tem para apresentar? Depois de acontecimen
Tanto na Europa como dentro das fronteiras do próprio Reino Unido, o Brexit será tudo menos um processo simples. Dentro do Reino, Escócia e Irlanda reacendem divisões que a História não sarou; fora de portas, britânicos têm pela frente a tarefa de saber quão europeus vão continuar a ser, ou os vão
A questão levanta-se em Inglaterra. George Osborne, deputado conservador, foi nomeado editor do maior diário de Londres, o London Evening Standard, um tabloide de distribuição gratuita com uma circulação de cerca de 850 mil exemplares.
A Holanda premiou a direita conservadora, tirou ambições à extrema direita de Wilders, mas também tirou o tapete aos trabalhistas. Na Esquerda, apenas os Verdes tiveram um resultado assinalável. O que é que isto diz sobre as eleições em França é a grande pergunta.
As eleições legislativas na Holanda, para os 150 deputados que determinam quem governará o país, normalmente passam despercebidas no resto da Europa. Mas, desta vez, várias circunstâncias e particularidades tornam um ato eleitoral corriqueiro num acontecimento com implicações europeias, objeto de in
Numa época em que Lisboa assume a sua vocação cosmopolita, nomeadamente em virtude de um renovado interesse enquanto destino turístico mas não só, a exposição “A cidade global”, no Museu Nacional de Arte Antiga, representa tanto a recordação das glórias do século XVI como a celebração da nova dinâmi
Já durante a campanha eleitoral, Donald Trump tinha uma relação complicada com a Comunicação Social. A seu favor, as sondagens a mostrar que os jornalistas estão entre as classes com menor cotação entre os eleitores. Contra ele, a atitude de que quem não o elogia é desonesto ou mentiroso.
Tem todos os ingredientes de um livro de espionagem: um militar talentoso com ação em cenários de guerra, contra-espionagem e operações especiais. A vertigem desse militar em se tornar também um político. O político que caiu em desgraça com Obama e que em virtude disso caiu nas graças de Donald Trum
Numa situação em que nada é o que parecia nem parece o que era, o movimento conservador tem um novo líder e ele chama-se Vladimir Putin. Mais do que uma mudança ideológica, trata-se de uma manobra estratégica. Muito inteligentemente articulada, como se pode ver pelos resultados.
O que não falta na Europa são partidos nacionalistas. Há quem lhes chame de extrema-direita – o que é discutível, em alguns casos. Mas são forças do lado mais conservador do espectro politico, contrários à União Europeia, ou aos aspectos mais importantes dos actuais acordos europeus, como a moeda ún