Na gramática da pandemia, janeiro rima com março
Na viragem de 2020 para 2021, a ideia geral que acompanhou a passagem de ano foi a de otimismo cauteloso, de que com a chegada das vacinas contra a covid-19, abria-se uma porta ao fim deste agónico período pandémico. Sempre nos avisaram, contudo, que a solução não seria imediata, nem o percurso fácil. Caminhando para meados de janeiro, é fácil ver porquê.
As causas ainda não foram absolutamente determinadas — nunca o são, quando se trata de um vírus como este —, mas o consenso a formar-se é de que a folia do Natal e do Ano Novo tem de ser paga. E a fatura já chegou, com números elevadíssimos:
- Portugal bateu hoje um novo máximo de óbitos devido à pandemia, 122, sendo o quarto dia consecutivo que se ultrapassa no país a fasquia dos 100. Ao todo, contam-se já 7.925 vítimas mortais;
- Paralelamente, os internamentos voltaram a disparar, com mais 213 em enfermaria (3.983 no tal) e nove em cuidados intensivos (567).
- O número de novos casos não atingiu os picos dos últimos dias, sendo de sublinhar que registaram-se “apenas” 5.604 novas infeções porque estamos no rescaldo do fim de semana. É pouco consolo, dado que, desde o início do ano, foram já registados mais de 70 mil casos.
- As consequências deste escalar manifestam-se de várias formas. Por um lado, Portugal passou de ter 25 concelhos em risco extremo para mais que duplicar para 57. Por outro, os serviços de saúde suportam uma carga cada vez mais pesada, sendo exemplo disso a Linha SNS24, que está a atender 27 mil chamadas por dia.
Nem tudo são más notícias, é certo — hoje soubemos que já foram vacinadas 74.099 pessoas em Portugal, e muitas mais se seguirão, até porque as vacinas da farmacêutica Moderna estão a chegar —, mas a situação é “pesada e complexa”, como admitiu a ministra da Saúde, Marta Temido.
Com os sistemas de saúde em risco de rotura com o aumento dos internamentos, a governante admitiu mesmo poder recorrer à requisição civil dos hospitais privados para receber doentes covid. Isto porque, mesmo havendo 19 convenções celebradas no Norte do país com os outros setores (privado e social) para garantir 150 camas para doentes covid e outras tantas para doentes não covid, a ministra reconheceu que em Lisboa a capacidade é menor, com cerca de 100 camas e muito espalhadas por várias instituições, o que “dificulta a gestão dos processos dos doentes”.
“Não hesitaremos em lançar mão desse mecanismo [da requisição civil], quando não conseguirmos, por acordo, nunca dispensando a justa compensação prevista nos termos da lei da requisição civil, ultrapassar as dificuldades”, avisou a ministra, recordando que a utilização da capacidade de outros setores, preferencialmente por acordo, “está prevista no decreto presidencial que enquadra o estado de emergência”.
A ver-se será um de vários sacrifícios a assumir para lidar com esta onda de casos. O maior deles todos, todavia, é aquele que nos foi garantido que não voltaria a ser exigido por que “o país não aguentaria”.
Mas vai ter de aguentar, é cada vez mais certo que Portugal vai voltar a entrar em confinamento. O Governo já o tinha sugerido no fim de semana e hoje António Costa voltou a referir-se ao mesmo como praticamente consumado. Só falta então saber em que moldes ocorrerá.
A ideia é que seja idêntico ao de março, com a exceção do funcionamento das escolas. Nesse aspeto, tanto peritos epidemiológicos, como diretores escolares, representantes das escolas privadas e pais defendem a manutenção do ensino presencial, ainda que com algumas diferenças entre si.
A decisão, porém, só será finalmente tomada amanhã depois da reunião no Infarmed, com epidemiologistas, para avaliar a evolução da disseminação do novo coronavírus em Portugal. Só depois das apresentações é que o Governo tomará uma decisão final.
Este é o calendário que se segue:
- Na parte da tarde desta terça-feira, o Presidente da República ouve os partidos com representação parlamentar e deverá enviar o projeto de decreto presidencial de estado de emergência.
- Ainda na terça-feira, segundo António Costa, o Governo fará um Conselho de Ministros extraordinário para dar o parecer sobre o projeto de decreto do Presidente da República.
- Na quarta-feira de manhã, reúne-se a Assembleia da República para votar as medidas;
- A seguir, o Conselho de Ministros, entre a manhã e a tarde desse dia, reunirá para aprovar o decreto de regulamentação do Presidente da República;
Em junho, quando a pandemia assumia contornos bem menos negros, António Costa deixou o aviso que daria os passos atrás que fossem necessários para conter a covid-19. Em 2021, demos um passo em frente, mas está visto que vai preciso dar dois ou três atrás.
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