Tradutor e professor. Autor dos livros Doze Segredos da Língua Portuguesa e A Incrível História Secreta da Língua Portuguesa. Escreve no blogue Certas Palavras.
Desta vez, decidi escrever uma crónica útil. Pois bem: aqui fica uma máquina de fazer histórias, dedicada a todos os pais que já não sabem que mais inventar para adormecer os filhos.
Na passada sexta-feira, comemorou-se o Dia da Língua Materna. Compreensivelmente, pensámos todos na nossa própria língua. Mas hoje pergunto: quantas línguas maternas há no mundo?
Hoje apetece-me brincar um pouco com a língua (salvo seja). Penso nas palavras pequenas, daquelas simples, com duas letras, mas não todas: apenas as que terminam com a letra «a»… Vamos lá então viajar pela ordem alfabética.
Não é de agora. Em 2014, todos os partidos do Parlamento da Galiza aprovaram uma lei que incentivava o ensino do português e a recepção das televisões portuguesas na Galiza. Porquê?
Um mundo a uma só língua seria um mundo mais pacífico? Não sei. Mas sei que seria, provavelmente, um mundo a caminho de falar, de novo, muitas línguas.
O Natal é a época da família e da concórdia, mas também das grandes discussões à volta da mesa, quando as famílias têm a oportunidade de debater as grandes questões da Humanidade: o Brexit, a Impugnação de Trump — e se devemos dizer «vermelho» ou «encarnado»...
Uma língua é feita de palavras bonitas, palavras úteis, palavras irritantes, palavras que deliciam, palavras que não servem para nada, palavras feias como tudo. Pois, hoje, apetece-me falar destas últimas.
Aposto que haverá um tema dominante das festas de fim de ano daqui a umas semanas: os Anos 20 (do século passado)! Mas será que os Anos 20 (deste século) começam já?
Quando andamos pela Europa, estamos habituados a que ninguém nos compreenda quando falamos português. Ora, há um povo que percebe o que dizemos, mas nós nem notamos...
Há quem insista: a barba não se faz — desfaz-se! Mais: há quem julgue uma grande estupidez afirmar o contrário. Pois, desculpai-me, mas afirmo mesmo: «fazer a barba» é perfeitíssimo português!
Ontem, deixei-me cair na tentação de assistir a um pouco do debate sobre o Brexit no Parlamento britânico. Desta vez, enquanto os deputados se entretinham a decidir não decidir nada, pus-me a reparar nos sotaques.
A pergunta é demasiado ambiciosa para uma simples crónica — mas hoje acordei a pensar nisto e não há nada que me afaste do assunto. Para tentar dar uma resposta, faço uma outra pergunta: como são testados os medicamentos que compramos na farmácia? Entremos, pois, no mundo dos ensaios clínicos. A via
As diferenças entre os povos encontram-se nos sítios mais insuspeitos: na forma das placas da estrada, nas marcas de café nas esplanadas, na particular maneira de construir as casas, na maneira como pedimos desculpa, nos pecados que toleramos — e na maneira como votamos.
Os livros chegam direitos por linhas tortas. E às vezes explicam-nos a vontade de dormir de tal maneira que ficamos com uma vontade irreprimível de ler.