Tradutor e professor. Autor dos livros Doze Segredos da Língua Portuguesa e A Incrível História Secreta da Língua Portuguesa. Escreve no blogue Certas Palavras.
Há quem insista: a barba não se faz — desfaz-se! Mais: há quem julgue uma grande estupidez afirmar o contrário. Pois, desculpai-me, mas afirmo mesmo: «fazer a barba» é perfeitíssimo português!
Ontem, deixei-me cair na tentação de assistir a um pouco do debate sobre o Brexit no Parlamento britânico. Desta vez, enquanto os deputados se entretinham a decidir não decidir nada, pus-me a reparar nos sotaques.
A pergunta é demasiado ambiciosa para uma simples crónica — mas hoje acordei a pensar nisto e não há nada que me afaste do assunto. Para tentar dar uma resposta, faço uma outra pergunta: como são testados os medicamentos que compramos na farmácia? Entremos, pois, no mundo dos ensaios clínicos. A via
As diferenças entre os povos encontram-se nos sítios mais insuspeitos: na forma das placas da estrada, nas marcas de café nas esplanadas, na particular maneira de construir as casas, na maneira como pedimos desculpa, nos pecados que toleramos — e na maneira como votamos.
Os livros chegam direitos por linhas tortas. E às vezes explicam-nos a vontade de dormir de tal maneira que ficamos com uma vontade irreprimível de ler.
As palavras são qualquer coisa de físico, que saboreamos com a língua, mordemos com os dentes, apreciamos com o olhar e deixamos a soar no nosso cérebro, imaginando-lhes cores, ligações secretas, formas concretas.
Esta crónica tem de ser mais curta do que o habitual. Estou de férias e com pressa de não fazer nada. Assim, decidi: vou escrever apenas uns quantos parágrafos, leves, levezinhos, e depois voltar para os gritos de alegria das crianças na rebentação das ondas.
A curiosidade leva-nos a imaginar um avô e um neto à beira de morrer — ou a procurar saber mais sobre eles, contando o número de neutrões em dentes antigos.
Hoje, para comemorar a Chegada à Lua, tinha pensado escrever um pouco sobre a própria palavra 'Lua', tentando perceber a sua história. Mas, entretanto, aconteceu uma coisa que não me deixou remédio que não fosse tentar responder à pergunta do título.
Como ando por estas paragens, hoje apetece-me conversar um pouco sobre o nome do Porto — não só sobre a sua origem, mas também sobre o artigo que temos de usar sempre que queremos falar da cidade que deu o nome ao país.
Às vezes, ler uma história é uma necessidade física. Conto o que aconteceu comigo — a história tem uma princesa alemã, um pouco de sangue e muitos diamantes.
O cabo-verdiano é uma língua interessantíssima. No entanto, ainda corre por aí a ideia de que é uma língua incompleta, uma forma limitada de falar — ou então uma língua pouco útil. Será assim?
Deixo-me ficar a ver televisão num domingo de manhã e, por causa duma série norte-americana, lembro-me duma bandeira espanhola com símbolos portugueses. (As nossas cabeças são máquinas complicadas.)