Tradutor e professor. Autor dos livros Doze Segredos da Língua Portuguesa e A Incrível História Secreta da Língua Portuguesa. Escreve no blogue Certas Palavras.
As palavras são qualquer coisa de físico, que saboreamos com a língua, mordemos com os dentes, apreciamos com o olhar e deixamos a soar no nosso cérebro, imaginando-lhes cores, ligações secretas, formas concretas.
Esta crónica tem de ser mais curta do que o habitual. Estou de férias e com pressa de não fazer nada. Assim, decidi: vou escrever apenas uns quantos parágrafos, leves, levezinhos, e depois voltar para os gritos de alegria das crianças na rebentação das ondas.
A curiosidade leva-nos a imaginar um avô e um neto à beira de morrer — ou a procurar saber mais sobre eles, contando o número de neutrões em dentes antigos.
Hoje, para comemorar a Chegada à Lua, tinha pensado escrever um pouco sobre a própria palavra 'Lua', tentando perceber a sua história. Mas, entretanto, aconteceu uma coisa que não me deixou remédio que não fosse tentar responder à pergunta do título.
Como ando por estas paragens, hoje apetece-me conversar um pouco sobre o nome do Porto — não só sobre a sua origem, mas também sobre o artigo que temos de usar sempre que queremos falar da cidade que deu o nome ao país.
Às vezes, ler uma história é uma necessidade física. Conto o que aconteceu comigo — a história tem uma princesa alemã, um pouco de sangue e muitos diamantes.
O cabo-verdiano é uma língua interessantíssima. No entanto, ainda corre por aí a ideia de que é uma língua incompleta, uma forma limitada de falar — ou então uma língua pouco útil. Será assim?
Deixo-me ficar a ver televisão num domingo de manhã e, por causa duma série norte-americana, lembro-me duma bandeira espanhola com símbolos portugueses. (As nossas cabeças são máquinas complicadas.)
O ataque terrorista contra cristãos e turistas no Sri Lanka deixou-nos o amargo na boca que todo o terror deixa. Talvez poucas vezes pensemos naquela ilha — e, no entanto, há muito de português por lá…
Esta foi uma semana em cheio, com incêndios, acidentes e greves. Mas, logo na segunda-feira, a notícia que mais vi nas redes sociais foi outra: o facto de muita gente não ter visto um episódio de uma série de televisão.
O meu avô Manuel fez 92 anos ontem. Quando chegámos à festa, virei-me para o meu filho de seis anos e disse-lhe: quando tu chegares aos 92 anos, já estaremos no século XXII!
Uma vez por outra, gosto de olhar com atenção para as palavras que, todos os dias, nos saem da boca. Pois, hoje, pensei nos animais que temos debaixo da língua e fiquei com a pulga atrás da orelha… Aqui ficam vinte animais do português.
Uma crónica quer-se actual, virada para as notícias dos últimos dias. O problema é que hoje encontrei um livro antigo e deu-me para falar de espermatozóides.