Tradutor e professor. Autor dos livros Doze Segredos da Língua Portuguesa e A Incrível História Secreta da Língua Portuguesa. Escreve no blogue Certas Palavras.
Às vezes, as viagens mais interessantes acontecem-nos mesmo à porta de casa. Pois imagine o leitor que fui dar um passeio à beira-Tejo e sem sair de Lisboa vi-me transportado para debates furiosos na Nova Iorque dos Anos 90. Tudo por causa duma rainha portuguesa.
Tenho de pedir desculpa ao leitor: a verdade é que andei uns dias de férias, longe de notícias e polémicas, e assim não posso fazer mais do que falar um pouco das palavras que fui reparando nas conversas que tive com o meu filho, enquanto brincávamos e enquanto ele tentava aprender a nadar — e não é
Talvez não seja fácil arranjar conversas para as quentes noites de agosto — mas proponho isto: sente-se com alguém que goste de ler e pergunte-lhe se os escritores do século XIX eram melhores do que os de agora.
Tudo começou com uma tentativa inocente de recordar o vídeo dos bebés da Expo para mostrá-los, pela primeira vez, aos meus filhos. Sim, até o meu filho de sete meses havia de gostar de ver os seus comparsas a nadar… Comparsas que hoje já têm para cima de 20 anos, mas não importa.
Todos nós ouvimos falar desde muito cedo das perguntas difíceis dos miúdos. Vêm-nos logo à cabeça questões sobre sexo, pois então. Talvez, puxando pela cabeça, imaginemos perguntas sobre o dinheiro, a morte, a guerra, mas sempre abstractas, perguntas que os pais desempoeirados que somos todos sabem
Cheguei tarde ao debate, eu sei. Mas não quero deixar de meter a colherada no escândalo do livro que era obrigatório, agora já não é, mas pelos vistos já não era há algum tempo... Ah, e continua a ser preciso ler um livro do Eça, pois então...
Ah, é tão bom visitar uma cidade com alguma desculpa para a viagem — assim não temos de aguentar o dedo em riste a acusar-nos do maior dos crimes: ser turista!
Hoje já não está na moda falar da Crise. E, no entanto, para lá das crises das notícias ou dos livros de História, há outras crises bem palpáveis e que nunca desaparecem.
Não, não chegam cinco palavras para descrever essa Expo que nos encantou num certo Verão do século passado. Mas foram estas as palavras que me surgiram, ao calhar da memória, quando me sentei para escrever a crónica desta semana.
Já tinha decidido escrever sobre a Eurovisão, mas decidi esperar até a RTP acabar a transmissão. Ou seja: estou cheio de sono. Vejamos o que se consegue arranjar.
É uma homenagem peculiar, eu sei. Mas, neste dia, decidi passear pelas «mães» que se escondem nas línguas do mundo. Não posso chegar a todas, claro — as línguas são mais do que as mães. Posso, no entanto, começar por olhar para o globo, rodar o planeta com o dedo e aterrar do outro lado do mundo...