Tradutor e professor. Autor dos livros Doze Segredos da Língua Portuguesa e A Incrível História Secreta da Língua Portuguesa. Escreve no blogue Certas Palavras.
Ah, é tão bom visitar uma cidade com alguma desculpa para a viagem — assim não temos de aguentar o dedo em riste a acusar-nos do maior dos crimes: ser turista!
Hoje já não está na moda falar da Crise. E, no entanto, para lá das crises das notícias ou dos livros de História, há outras crises bem palpáveis e que nunca desaparecem.
Não, não chegam cinco palavras para descrever essa Expo que nos encantou num certo Verão do século passado. Mas foram estas as palavras que me surgiram, ao calhar da memória, quando me sentei para escrever a crónica desta semana.
Já tinha decidido escrever sobre a Eurovisão, mas decidi esperar até a RTP acabar a transmissão. Ou seja: estou cheio de sono. Vejamos o que se consegue arranjar.
É uma homenagem peculiar, eu sei. Mas, neste dia, decidi passear pelas «mães» que se escondem nas línguas do mundo. Não posso chegar a todas, claro — as línguas são mais do que as mães. Posso, no entanto, começar por olhar para o globo, rodar o planeta com o dedo e aterrar do outro lado do mundo...
Há dias para tudo — é bem verdade. Mas amanhã é um dia especial. Já explico porquê. Comecemos antes por pensar em três razões para comprar um livro amanhã…
Neste Dia das Mentiras, imaginemos uma notícia inventada agora mesmo: a empresa ABC, com sede ali em Elvas, abriu concurso para admitir 10 novos trabalhadores. Resultado? Contratou 9 espanhóis e 1 solitário português. Pela Internet fora, a berraria foi
tremenda: uma empresa que discrimina os cidadão
Nos nossos aborrecidos países onde todos se vacinam a não ser que não queiram, a história interessante é a história das excepções: de quem não vacina ou daqueles poucos casos em que as coisas correm mal. As vacinas são responsáveis por milhões de histórias invisíveis de crianças que sobreviveram.
Às vezes, pomo-nos a conversar e vamos desde o início do universo até à língua dos esquimós — o problema é quando a criança tira da cartola uma pergunta bem mais difícil de responder do que «Qual é o sentido do mundo?».
Poucos pensarão na palavra «delícias» para descrever o trânsito de Lisboa. E, no entanto, podemos encontrar alguns prazeres mais ou menos secretos nas filas que percorrem, devagarinho, as ruas de Lisboa.
Andava eu pela praia quando vi dois pares de pegadas: percebi que, ao meu lado, estava o Algoritmo. Ouvi-o então sussurrar-me ao ouvido os novos mandamentos do mundo.
Não sei bem porque me lembrei de escrever este texto hoje. Talvez por ter ficado dois dias sem ver os meus filhos — depois do nascimento do segundo, tivemos semanas de vida familiar muito intensa e, agora, com esta curta separação, noto a distância como uma dor física. Ou talvez seja porque ontem vi
No fim, pusemos o mundo na mesa de cabeceira, ele virou-se para o lado e adormeceu, não sem antes dizer a sua frase de todas as noites: «Mãe, pai — sonhos cor-de-rosa!». Não sei que praias, ilhas ou aventuras imaginou no sono dessa noite, mas parecia-me bem feliz na manhã seguinte.
Hoje até podia falar um pouco sobre o Carnaval — mas não me apetece e, depois, o Facebook encarregar-se-á de distribuir pelos interessados todas as vagas de anti-Carnaval, pró-Carnaval, anti-anti-Carnaval, anti-pró-Carnaval, pró-anti-Carnaval, pró-Carnaval-mas-só-se-for-à-portuguesa, pró-Carnaval-ma
Ando por estes dias à volta com as doenças infantis — o mais novo anda ainda na boa vida da mama e cama (ou melhor, berço) e o mais velho está doente, no quarto ao lado, no melhor isolamento possível para não infectar o miúdo.
Ora, vamos imaginar que o meu caro leitor está empenhado em provar que um determinado país é o pior país do mundo. Para o efeito, podemos escolher, sei lá, a Dinamarca.
Confesso: ia-me esquecendo da crónica. Porquê? Quem leu o que escrevi a semana passada é bem capaz de adivinhar: o miúdo acertou na data e nasceu mesmo no dia 14, há precisamente uma semana.
Não sei donde caem estas conversas, que não são como as cerejas, mas antes como as bolas nas roletas dos casinos, que dão voltas e voltas e acabam sempre onde menos esperamos.
Há quem fique desesperado: abre o Facebook e vê posts cheios de erros, imagens com citações mal atribuídas, notícias falsas, opiniões que não lembram ao diabo.