Tradutor e professor. Autor dos livros Doze Segredos da Língua Portuguesa e A Incrível História Secreta da Língua Portuguesa. Escreve no blogue Certas Palavras.
Quantas pessoas vivem no nosso planeta? Com uma pesquisa rápida, vemos na internet textos, em inglês, a declarar que somos, hoje, uns «7.8 billions». Somos muitos! Mas quantos somos em português?
Vou dar três exemplos de falsos amigos galego-portugueses. Começo no «labrego», avanço pelo «grelo» e acabo nos perigos que se escondem na palavra «bico»…
O confinamento começa a aliviar e para onde sentimos vontade de ir? Para perto da água… Somos feitos de muita água e somos atraídos pela água: gostamos de mergulhar, pelamo-nos por passeios à beira-rio, queremos viver com vista para o mar. O ser humano precisa de água — nem que seja ao espreitar pel
Peço ao leitor que imagine uma verdadeira catástrofe linguística em Portugal: o português é ainda a língua mais falada no país, mas há outro idioma a invadir as conversas.
Há umas semanas que ando a passear por estes tempos peculiares a bordo do alfabeto. O fim das nossas letras é mais difícil, mesmo ignorando o W e o Y...
Já que têm ocupado parte da nossa atenção por estes dias e agora não podemos viajar mesmo a sério, lembrei-me de olhar para as palavras «luva» e «máscara» e partir de viagem ao passado.
Na semana passada, comecei a volta a casa pelas letras do alfabeto. Esta semana começamos no F e terminamos no J — e saímos de casa durante uns minutos.
Que viaje até Santarém quem vive noutra época — com este vírus que Deus nos deu, o próprio Garrett não se atreveria a ir sequer à Azambuja... Fiquemo-nos, portanto, em casa. Não há-de ser nada. E se estamos em casa, porque não uma volta a ver as vistas, de A a Z?
As palavras, que usamos sem pensar nelas, guardam histórias de viagens — até as mais insuspeitas, como o tão famoso "isolamento", que tem dentro de si uma bela e deliciosa palavra antiga.
A palavra «vírus», que infectou as nossas notícias e as nossas preocupações de há umas semanas para cá, tem uma história curiosa: vem do velhinho latim, mas, para chegar à língua portuguesa, passou pela cabeça dum holandês.