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O Estado somos nós
Dantes, na Idade das Trevas, as epidemias eram chamadas genericamente de “peste” porque eles não sabiam qual era a maleita. Hoje, na Idade da Tecnologia Global, sabe-se tudo sobre a ameaça invisível. Mas o comportamento das pessoas não mudou. -
Como será o admirável mundo novo?
Estamos no olho do furacão, mas certamente que a tempestade vai passar. Daqui a três meses, um ano, dois anos, ninguém sabe. Mas já se fazem elucubrações sobre o que mudará no mundo. -
Como os humanos – e os seus líderes - reagem ao perigo. Para uma calamidade na saúde e na economia, a solução é política
Enquanto Macron diz que “estamos numa guerra”, Boris Jonhson mudou de estratégia em uma semana e Trump, depois de desvalorizar, afirma agora que viu antes de toda a gente que vinha aí uma pandemia. O vírus, sendo como uma invasão alienígena vinda não se sabe de que planeta, está a mostrar como os hu -
O pandemónio da pandemia
Não há como ocultar o evidente: as pessoas estão assustadas com a epidemia, ou pandemia, ou peste, ou lá o que possa ser, que vem por aí. De repente, a sempre subentendida superioridade ocidental está a sentir-se numa situação que parecia impensável. -
A condenação de Harvey Weinstein é uma vitória grande ou assim-assim para o movimento #MeToo americano?
A 25 de janeiro, o júri de um tribunal de Nova Iorque considerou o ex-produtor cinematográfico de Hollywood culpado de dois casos de “assalto sexual” em primeiro e terceiro graus, o que pode levar a que o juiz lhe dê uma pena de prisão entre cinco e 29 anos. Se bem que ninguém duvide da culpa de Wei -
Só uma gripe para travar o homem mais poderoso do mundo. O Ano do Rato de Xi Jinping
Desde 1945 que o Presidente da República dos Estados Unidos era “o homem mais poderoso do mundo”. Em 2019 tornou-se cada vez mais evidente que o título está prestes a pertencer ao Presidente da República Popular da China. Até que, a 25 de Janeiro de 2020, começou o Ano do Rato. -
Um mergulho no Serviço Nacional de Saúde
O Serviço Nacional de Saúde é assunto constante no noticiário. Por um lado, os governantes afirmam-se sempre preocupados em melhorá-lo e as redes sociais não param de criticá-lo; por outro, a discussão se deve ser mais ou menos (ou exclusivamente) público tem os seus detractores e defensores indefec -
Estará a Índia em retrocesso democrático?
A Índia é um cocktail de superlativos: a maior democracia da Terra, o sétimo maior país (3.287.263 km2) e segundo mais populoso do planeta (1.358.865.300 habitantes), uma das oito potências nucleares, um dos mais pobres per capita (125.º em 190), com 50% da população abaixo dos 25 anos, e o maior pr -
A batalha dos multimilionários
Desde que Donald Trump foi eleito, em 2016, o objectivo do Partido Democrata é só um: impedir que seja reeleito em 2020. Para garantir essa vitória precisa dum candidato credível, que reúna todas as sensibilidades anti-trumpistas. Parece fácil, uma vez que o 45º Presidente é uma personalidade bastan -
Bye bye, Britain
Este título pode ter dois sentidos: a despedida do Reino Unido da União Europeia, ou o seu desaparecimento, tal como o conhecemos. O primeiro, acontece numa data precisa: 31 de janeiro de 2020, 24 horas locais em Bruxelas. O segundo, é um processo lento, que realmente não sabe quando tempo dura e qu -
O banco de todos nós
Para que serve uma instituição que sucessivamente, repetidamente, não sabe e não viu, ou então sabia e estava a ver, mas nada fez para punir os “desvios” e “imparidades” (ah! esta linguagem sanitizadora!) e proteger o contribuinte? -
Na Rússia, Vladimir fez uma reforma surpresa a favor de Vladimirovich
Ninguém estava à espera, mas não se pode dizer que seja inesperado: Vladimir Vladimirovich Putin, o homem que manda na Rússia há 20 anos, quer continuar a mandar. E, mais uma vez, tratou de resolver os problemas que o podiam impedir. -
Ainda não é desta que vamos para a III Guerra Mundial
No dia 3 de Janeiro, um drone norte-americano abateu Qasem Soleimani, comandante das tropas de elite do Irão, al-Quds, no aeroporto de Bagdade. Avaliadas as repercussões à velocidade da Internet, no dia 4 de Janeiro já se falava na III Guerra Mundial. Premonição ou paranóia? -
2019, um ano bom para os maus
No final do ano fazem-se listas de tudo: os melhores, discos, filmes e livros, os acontecimentos importantes e os mortos ilustres. Contudo, se os bons são significativos para definir as qualidades do Homem, os maus são muito mais importantes para marcar o seu destino. -
Argélia, revolucionária, de esquerda, muito antes de todos os outros. E agora isto
A Argélia, um vizinho mais próximo do que tendemos a pensar, encontra-se num ponto de viragem. De possível viragem pelo menos, depois de décadas de independência face ao exterior mas dependência de um mesmo partido, de um mesmo modelo de governação. -
Leitão de Barros, o renascentista que viveu no século XX e foi esquecido pelas voltas da História
José Leitão de Barros era um criador. Não merece o esquecimento a que foi votado, pelo que a sua biografia, finalmente escrita por Joana Leitão de Barros e Ana Mantero, vem iluminar um buraco escuro da nossa História. A propósito da publicação pela Editorial Bizâncio, trocamos impressões com Joana s -
O processo de destituição de Donald Trump é um exemplo assustador do sistema democrático
A democracia parlamentar, que é a base do nosso sistema político, impercetivelmente, sem que víssemos a situação chegar, abandonou o seu pressuposto básico: o país primeiro, os partidos depois. -
Entre o fogo e o caldeirão, a Grã-Bretanha escolheu os dois
O Reino Unido da Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte finalmente decidiu que quer sair da União Europeia, ao fim de três anos de hesitações ridículas e vexatórias. Mas a decisão é apenas o prenúncio de mais uns anos de dúvidas, que dificilmente terão um final feliz. -
Com 70 anos, a NATO estará desgastada demais ou ainda tem uma sobrevida?
A cimeira comemorativa dos 70 anos da NATO, que ocorreu esta semana em Londres, pode resumir-se, como todas as cimeiras internacionais e inter-regionais dos últimos anos, assim: os maus fizeram afirmações inesperadas e inexplicáveis, e os bons não disseram nada de substancial. -
Von der Leyen é o novo nome ao qual prestar atenção. Em que clube joga?
Os noticiários é Jesus vem cá, Jesus está lá. Nunca tivemos tantos repórteres no Brasil, desde o precursor Pero Vaz de Caminha, ao longo de cinco séculos de convergências e divergências políticas. Foi preciso o futebol para aproximar o país “irmão” e encher horas de noticiário e informação. No meio -
Impeachment de Trump. A verdadeira batalha é pela opinião pública
A questão em disputa é se o Presidente Trump pressionou o Presidente duma potência estrangeira, a Ucrânia, para seu benefício pessoal, o que tanto pode ser considerado um crime de corrupção, como de subversão do interesse nacional, com a adição de outros crimes igualmente sujeitos a destituição. No -
A queda de Evo Morales: Golpe ou derrota do populismo?
A eleição de Evo Morales como Presidente da Bolívia, em 2006, foi vista como um avanço social na política da América do Sul. Vindo da pobreza, propunha como plataforma melhorar a vida das tribos indígenas, que constituem 88% da população, mas que nunca tinham tido voz no governo. Agora, 13 anos depo -
Roger Eatwell e Matthew Goodwin: "É preciso levar em conta que os apoiantes do populismo não são todos homens brancos, velhos e zangados”
Roger Eatwell, 70 anos, é professor emérito de política na Universidade de Bath, no Reino Unido, com um longo historial e muitas publicações sobre o fascismo e o populismo. Juntamente com o seu ex-aluno e atual professor de política na Universidade de Kent, Matthew Goodwin, 37 anos, escreveu um livr