Manuel Cardoso é humorista. Posiciona-se contra quem tenta ser divertido em notas biográficas claramente redigidas pelos próprios. Escreve palavras no Word e por vezes interpreta-as.
Isto é um texto de ficção com um formato noticioso e não uma notícia. Fique tranquilo, leitor. Não comece a partilhar este artigo como “FAKE NEWS, INACREDITÁVEL A ÉTICA DESTES JORNALEIROS”. Permita-me ludibriá-lo com este título enganador para lhe apresentar este exercício especulativo e, perdoe-me,
Era claramente demasiado bebé chorão para me recordar do incrível chapéu de Karel Poborsky a Vítor Baía, nos quartos-de-final do Euro ’96 e talvez só no subconsciente se tenha alojado a frustração (na altura acredito que relativa, tendo em conta que a frequência em nada se parecia com a de hoje) de
Terminou a época futebolística em Portugal, do modo escatológico a que todos pudemos assistir, mas nem por isso teremos tempo para descansar do tema. Nada disso. Sem que nos deixassem respirar uma semana que fosse, eis-nos em plena pré-época. Um mercado de expectativas, três meses de especulação, de
A suspension of disbelief refere-se à aceitação temporária, por parte do leitor ou do espectador, das premissas de um trabalho de ficção, ainda que estas se coloquem como improváveis, contraditórias ou de natureza fantástica. Na sitcom Sporting de Bruno de Carvalho, o enredo tornou-se tão mirabolant
Os portugueses têm uma enorme dificuldade em despedir-se. Outros povos têm o seguinte modus operandi: anunciam que se vão embora e abandonam o local. Os portugueses não. Despedem-se à mesa, na sala, à porta de casa, no jardim, à porta do carro, dentro do carro de janela aberta, com o carro em andame
Ao humor não cabe escrutinar. O humor será eficaz a pôr em causa o poder, quanto menos comprometido estiver com essa missão, e mais leal for ao objetivo de fazer rir.
A tensão entre potências aumenta. A comunidade internacional aguarda com receio. Será que estamos na iminência de uma Terceira Guerra Mundial? Espero que não, mas a verdade é que há anos que têm saído teasers e ainda estamos todos à espera de uma data de estreia.
Cenas (e mecenas) importantes: sou totalmente a favor dos apoios, públicos e privados, à cultura. O Orçamento de Estado não deve apenas sacudir a toalha de migalhas para a Cultura comer, mas também ajudaria à legitimação disto tudo que o meio artístico saísse da sua bolha.
Estamos em 2018. Todo o Mundo parece empenhado em abraçar as inovações nos transportes. Automóveis elétricos, carros sem condutor, drones táxi. Todo o Mundo? Não! Uma aldeia povoada por irredutíveis operadores turísticos resiste ainda e sempre a enviar os tuk-tuks para a sucata.
António Costa, primeiro-ministro e sapador florestal em formação, deu o exemplo. A um sábado, claro está, porque nós lisboetas só conhecemos o campo de fim-de-semana. Aqui fica um pequeno guia de como limpar (nem que seja telepaticamente) uma mata, para aquele que tem o privilégio de viver na bolha
Pode ser embirração minha, mas considero que qualquer pessoa que se queixe de estar a ser vítima de uma cabala, à partida, pela mera utilização do vocábulo, parece-me pouco provável que esteja inocente. Será uma palavra que se ensina logo nas camadas mais jovens das jotinhas como o melhor recurso pa
Digo-vos já, como amigo, que este artigo encerra vários spoilers acerca da primeira temporada de “La Casa de Papel”. Portanto, caso tenham ignorado o hype e ainda não a tenham visto, arranquem para outra página.
O stock de sardinha duplicou de 2016 para 2017 e o “The Shape of Water” (“A forma da água”), filme no qual um peixe faz amor louco com um ser humano, foi o grande vencedor dos Óscares. Cláudia Pascoal — que tem um apelido ligado à indústria bacalhoeira — venceu o Festival da Canção. Jonas, que chego
Não sou um fã do Festival da Canção. Nunca foi um formato que acompanhasse, muito menos que seguisse com fervor, e nem a surpreendente e refrescante vitória de Salvador Sobral no ano passado me tornou num consumidor desse concurso. Compreendo a sua importância histórica, mas continuo a considerar qu
Nos dias de hoje, pelo menos numa das grandes cidades, cada vez mais jantar efetivamente fora se tem tornado num esforço escusado. Surgiram, nos últimos meses, uma série de alternativas que nos permitem solicitar a entrega na residência de uma miríade de refeições. Já não é só a pizza de massa fofa,
Ninguém consegue prever quando é que vai acontecer o próximo sismo em Lisboa, mas um dia irá efetivamente acontecer. Conformemo-nos em relação ao facto de que, mais dia, menos dia, o Planeta Terra vai exibir uma coreografia de kuduro progressivo mesmo aqui na capital. Para além da qualidade de const
Olá, Bruno, como está? Dormiu bem? Espero que com todos os olhos fechados. Ora, segundo interpretei das suas palavras na conferência de imprensa desta segunda-feira, o Bruno, no improvável cenário de ser corrido do Sporting, considera enveredar por uma carreira no mundo do espetáculo. Sinto-me na re
Recuemos dez anos. Estamos em 2008, ainda inconscientes dos efeitos da crise do subprime. 4taste e Just Girls já não nos dizem nada, precisamos de novas referências. O nosso Zune ou iPod Classic exige ficheiros mp3 que nos diferenciem. É aí que descobrimos uma banda de Sheffield, que já tinha dado u
E aquele programa extremamente polémico com crianças que não se portam lá muito bem que é emitido no canal que se encontra na posição raiz quadrada de nove da grelha? Não vi. Podemos manter isto assim? Ou vão continuar a oferecer ao formato tanta publicidade gratuita que vou ser obrigado a ceder?
Eram 4 da manhã e tinha ido parar à discoteca. Aproximei-me dele porque estava encostado ao balcão, como eu, recusando-se a dançar ao som de uma playlist pejada de hits que objetificam o corpo feminino. Olhei para ele, tinha aquele ar de quem surpreenderia muita gente caso fosse acusado de assédio.
Concluídos os balanços lisonjeiros do ano que cessou, gizam-se otimistas planos de ataque aos próximos 365 dias. Após mais um ano de expetativas megalómanas tendencialmente defraudadas, é agora altura para elencar, preferencialmente em bullet points, uma série de objetivos, mudanças radicais e prome
O Natal já não é para a minha idade. Não é que a época se tenha tornado absolutamente desprovida de significado, mas claramente deixaram de apelar ao meu target. O Natal é sobretudo uma relação de partilha emocional entre as pessoas dos 0 aos 15 anos e as que têm entre 30 e tal e infinitos. Não há c