Fui à faculdade entregar um papel e falar com o meu orientador de mestrado tendo ficado dentro de uma maré de estudantes ávidos de apresentarem as suas candidaturas ou apenas impacientes para ter respostas às mil perguntas. Sentei-me na cafetaria, lugar genial para quem gosta do exercício observação
Acalmem-se os menos incautos, por favor, ninguém tirou o Eça de Queiroz das metas curriculares dos nossos estudantes, nada disso. Parece que sim? Não, senhores, informem-se. O que acontece - e nem é original ou inovador - é que os professores podem escolher dar aos petizes mais do que Os Maias ou A
Roma é profissional na forma como recebe os seus turistas, simpática em doses certas, sem ser invasiva. Os nativos talvez não tenham como apreciar a sua cidade da mesma forma, vivem mergulhados nesta história e na beleza.
Numa pastelaria do meu bairro, apinhada de gente pronta para se fazer às manhãs de trabalho, há um casal que conversa sobre o eterno tema de Verão: o que fazer aos filhos?
Não basta comentar o estado do mundo. Importa saber como organizar uma resistência eficaz e combativa face ao início desta realidade drástica: existem países cujo modelo político adoptado é fascista. Não existe outra palavra: fascismo. Não podemos assistir em transe, como se estivéssemos numa máquin
Esta semana deparei-me, numa rede social, com uma publicação patrocinada de mais uma aplicação de localização de pessoas. A mesma é vendida com a palavrinha “safe” associada. Ora, bem sei que vivemos tempos negros e que as questões de segurança são hoje mais pesadas do que em tempos idos, mas há alg
Não é uma música do Chico Buarque, tão pouco este a cantou nos concertos de há dias em Lisboa e no Porto, mas foi assim, a cantarolar a canção de Tom Jobim, que saí do Coliseu dos Recreios depois de duas horas da melhor música do mundo. Passaram-se dias, e não me sai da cabeça.
Viver no Parque das Nações é bom. Por inúmeras razões. Vinte anos depois da Expo’98, quem aqui vive sabe que dispõe de um território com qualidade, apesar das enchentes de carros ao fim de semana e de sucessivos alertas de segurança à conta de eventos de natureza variada no Altice Arena. São factore
Vivemos na absurda velocidade furiosa, não temos tempo. Não temos para a família, para os amigos, para pensar em estratégias, não temos tempo para nós. A vertigem das redes sociais, do estar permanentemente ligado, incapazes da solidão, é um dos maiores males do século XXI. Porquê? Porque tudo é fei
Um grupo de homens armados com objectos que causam danos concretos entrou num local onde estão homens sem os mesmos objectos. Foi isto, não foi? Chama-se terrorismo. E não vale a pena dourar a pílula. O infeliz episódio na academia do Sporting não tem outra classificação.
São quase 2,4 milhões de pessoas em risco de pobreza, assim o atesta o Inquérito às Condições de Vida realizado pelo Instituto Nacional de Estatística. Menos 196 mil pessoas que em 2016. Eu nunca gostei de números por não terem, na minha opinião, sensações, caras, olhares. São uma espécie de coro de
Existe uma ligação que é construída maioritariamente com ferramentas invisíveis. Sim, existem memórias e factos concretos, provas sólidas que atestam que a relação existe, mas é um pouco mais do que isso. Juntas, perfiladas, somos três mulheres com um denominador comum: somos mães.
A violência no namoro não é uma ficção espelhada pela sétima arte em filmes e afins, com contornos mais ou menos perversos. É uma realidade e portuguesa. A ideia de que a pessoa com quem se namora é propriedade, logo está presa a padrões de comportamento e de discurso que devem, obrigatoriamente, cu
Ontem celebrámos a liberdade, mas a que liberdade podem aspirar aqueles que hoje não têm nem memória do 25 de Abril, nem condição económica para ter direito ao sonho?
Esta é uma crónica para quem gosta de desporto. Para quem, perante uma vitória, grita Portugal, divulga nas redes, diz-se orgulhoso, não se cansa de ver o feito.
Faltam 22 milhões de euros para as obras na unidade pediátrica do Hospital de São João no Porto. Digo que faltam porque estão aprovadas há um ano e nunca apareceram, portanto estão em falta.
Não sei se é intenção deste governo assumir que, afinal, o partido socialista agradece o apoio de artistas e agentes culturais em campanhas e afins, mas não está nada interessado em mudar o panorama nacional e entender que a cultura é a identidade do país e, por isso, merecedora de muito mais do que
Milhares de pessoas, em especial jovens, saíram à rua e fizeram uma revolução. Não foi apenas um acto isolado, e isso é evidente para quem ouviu os diferentes discursos nas diversas cidades.
Lembra-se daquele filme no qual Dustin Hoffman fabricava uma guerra porque o negócio da guerra é apetecível e porque politicamente era interessante para certas pessoas? Não tem importância se não se recorda, o que importa realmente é que a ficção foi largamente ultrapassada pela realidade, facto ine
Há quase uma década que não rimos com Solnado. Telmo Ramalho aprendeu muito com Raul Solnado e sempre quis fazer a sua homenagem, dizer os seus textos mais acarinhados e reconhecidos pelo público. E é isso que acontece no palco do Auditório dos Oceanos em Lisboa até ao fim deste mês.
Podia debitar as estatísticas sobre CEO de empresas mulheres, mulheres sem ordenados equiparados, progressões de carreira a sofrer de lentidão e afins, mas não vale a pena maçar-vos com informação que é, nos dias que correm, dado adquirido e que, tantas vezes repetida, provoca, em algumas mentes est
Num jantar de pais livres, como gosto de lhes chamar (pais com filhos em idade para ter vida social própria), falava-se de sexo. Será que os nossos filhos viram, ou vêem, pornografia? Não queremos falar de sexo com os nossos filhos e tão pouco pensar que têm acesso a pornografia com a maior facilida