As famílias felizes parecem-se todas; as famílias infelizes são infelizes cada uma à sua maneira, eis a frase de Tolstoi no livro Anna Karenina à qual nos podemos agarrar na época das festas.
Estamos sempre a correr, em modo de alerta, em modo de voo ou silencioso, com os telemóveis na mão, ligados, hiper ligados, a sufocar no nosso próprio desgosto se não temos rede para correr com o resto da manada.
A língua evolui, contamina-se, é um tecido vivo e não pretendo ser purista da língua, longe de mim. O que me aborrece é perceber que diminuímos o vocabulário à conta da facilitação da leitura e da escrita e que não temos cuidado com a língua que nos dá identidade.
A propósito da Conferência Anual do Plano Nacional de Leitura, a comissária, Teresa Calçada, disse: “Como não é tribal entre nós ler, mesmo os miúdos que lêem têm tendência a ler menos, ou a dizerem que não lêem, ou a acomodarem-se nisso, porque não é uma prática bem-vista. Nenhum miúdo se esconde d
Há pessoas que só nos interessam pela utilidade que demonstram ter na nossa existência. Exemplos comezinhos: a alma caridosa que muda o pneu ou arranja o mecanismo do secador da roupa; a outra alma caridosa que nos ajuda a preencher o formulário do IRS ou do IVA; aquela outra que nos dá a mão numa h
Não pensamos muito no assunto, mas a verdade é que qualquer pessoa pode ser apanhada nas malhas da escravatura, não é um cenário estrambólico, é a realidade. A escravatura no século XXI existe e até está tipificada.
The House of Cards é ficção mostrou ao mundo uma perspectiva maléfica e esquematizada de poder que, no mundo real, parece estar a tomar proporções extraordinárias, escrevo extraordinárias no sentido de fora do “normal”.
As mulheres e a igreja católica é uma história longa, dura, tenebrosa até. Existem pesadelos mais suaves. Não depende do tempo, do contexto histórico, porque a sociedade evolui, mas o papel da mulher mantém-se: serve para servir, para ser perseguida ou discriminada ou viver dentro da instituição com
Os pais, como acontece com os bons pais, empurram com a barriga e vão cuidando, pagando, fazendo o melhor que podem. No caso de terem condições, perguntarão? Pois, no caso de possuírem condições económicas para tanto.
Todos nós pensamos que há uma dimensão heróica que nos atingirá no momento necessário. De repente, perante a maldade do mundo e a injustiça, seremos fortes e corajosos, teremos força sobre-humana, venceremos por estarmos no lado certo, no lado das coisas luminosas. Nada mais errado, mas as teorias
Bem vindo ao império do politicamente correcto. Uma higiene moral imposta por quem considera que o público em geral é apenas uma criança a precisar de orientação. O retrocesso civilizacional a que assistimos é tremendo. Não respeitamos a liberdade do Outro, impomos regras, moral e puritanismo. Em no
Depois da crónica de há duas semanas recebi dezenas de mensagens. Histórias de pessoas acossadas, histórias de jovens inseguros e, claro, imensa gente a insultar-me apenas porque sim, porque podem. Eu não me atemorizo com mensagens ou comentários a escorrer fel, tenho mais que fazer e elimino sem le
No cais do Sodré, numa noite de verão, dois homens beijaram-se e depois o mundo explodiu. Em vez de se assistir ao nascimento de um potencial amor, deu-se a catástrofe do beijo ser minado pela violência. Um homem que passava naquele minuto gritou e insultou os dois homens que se beijavam. Não é, inf
O que é que aborrece na Madonna? Não me digam que são os 15 lugares de estacionamento, por favor. Se me disserem que são os 300 milhões que terá, fortuna estimada por revistas da especialidade, e que a inveja vos rói enquanto fazem o euromilhões desta semana, pois estou convosco.
A partir de Agosto as reservas do planeta estarão consumidas. Entraremos em défice. Como um país endividado, nós, seres humanos, explorámos o que podíamos e vamos obrigar o planeta a fazer um esforço para nos sustentar. O total dos recursos do planeta esgotou-se. Isto significa muito mais do que que
Está pronto para que a noite comece pelas 17 horas? Não? Pois, nesse caso, a minha sugestão é que seja activo e dê a sua opinião na consulta pública que está a decorrer. Consulta pública? Consigo já vislumbrar meia dúzia de sobrolhos muito arrebitados e caras de algum espanto.
Fui à faculdade entregar um papel e falar com o meu orientador de mestrado tendo ficado dentro de uma maré de estudantes ávidos de apresentarem as suas candidaturas ou apenas impacientes para ter respostas às mil perguntas. Sentei-me na cafetaria, lugar genial para quem gosta do exercício observação
Acalmem-se os menos incautos, por favor, ninguém tirou o Eça de Queiroz das metas curriculares dos nossos estudantes, nada disso. Parece que sim? Não, senhores, informem-se. O que acontece - e nem é original ou inovador - é que os professores podem escolher dar aos petizes mais do que Os Maias ou A
Roma é profissional na forma como recebe os seus turistas, simpática em doses certas, sem ser invasiva. Os nativos talvez não tenham como apreciar a sua cidade da mesma forma, vivem mergulhados nesta história e na beleza.