• Depois digam-me quanto é que ficou

    Começo o texto recordando-vos duma coisa óbvia: eu estou no Passado. Qualquer pessoa que escreve é uma voz do Passado em relação a quem a lê.  Repito, tenho consciência de que isto é óbvio, mas ainda assim a chamada de atenção torna-se pertinente considerando o Passado em que eu estou e o Presente e
  • Estados (muito des)Unidos da América

    O mais desconcertante nesta triste eleição nos EUA é que uma personagem como Donald Trump se tenha apoderado da nossa atenção principal. Não há memória de uma campanha com tão venenosa retórica, com tanta raiva à solta e tomada por um candidato instável e megalómano feito showman com o seu discurso
  • A verdade mentirosa dos números

    A história é velha, e sempre igual: eu como uma galinha inteira, o leitor come raspas. Para efeitos estatísticos, cada um de nós comeu meia-galinha… E não consigo deixar de pensar nesta anedota sempre que se publicam estatísticas - talvez a verdade mais mentirosa que a aritmética criou. Nos últimos
  • Who you gonna call?

    Confesso que o único Halloween português que aprecio é um rapper com esse nome, não a festividade. Por isso, se me apanharem a elogiar o Halloween de Odivelas não será como quem fala do Carnaval de Peniche ou das Cavalhadas de Vildemoinhos, mas sim do músico luso-guineense. Concluindo-se que não mor
  • Top 10 de mortes que mais me marcaram no cinema

    As mortes no cinema têm, felizmente, qualidades diferentes da vida real. São ao mesmo tempo menos permanentes – se voltarmos o filme ao começo podemos passar mais algum tempo com a personagem ainda viva – e mais permanentes – sabemos como, quando e onde vão acontecer e em alguns casos a sua memória
  • Desta vez não há American Dream

    Hillary é uma candidata que não entusiasma. Há a ideia de que nunca alguém esteve tão preparado para exercer a presidência, é intelectualmente brilhante, mas desconfia-se dela, sobretudo pela noção de que não passaria no scâner da fiabilidade ética e por histórias de suspeitas de possível conflito d
  • Em Abrantes, tudo como dantes

    Demorou, mas a verdade lá veio ao de cima: afinal, era mesmo um “contratado” de José Sócrates que escrevia o blog “Câmara Corporativa”, sob o pseudónimo Miguel Abrantes, com mais vigor entre entre 2005 e 2010 (o blog manteve-se até 2015, está parado desde então). Chama-se António Peixoto, e recebia,
  • Iguais a nós próprios

    Tenho seguido com pouca atenção o caso Pedro Dias. Tão pouca que o único comentário que repito na minha cabeça se prende com aquelas duas fotografias recorrentes do fugitivo: parecem-me inequivocamente a mesma pessoa. Arrisca-se a ser o comentário mais rigoroso e invulnerável que teci em todo o 201
  • O "stress test" à política nos EUA

    Daqui a duas semanas, na noite de 8 para 9 de novembro, o que é que Donald Trump vai fazer quando, como todas as evidências há muito anunciam, constatar que está derrotado? É de admitir que no final possa acabar a cumprimentar a presidente Hillary Clinton e a anunciar que se retira da política e vol
  • As duas grandes batalhas por Mossul

    A primeira batalha decorre há vários dias, com as forças do ISIS a defender a cidade e uma “coligação de 60 países” (dizem os noticiários) a atacar. O desfecho parece inevitável; vai demorar semanas, mas a segunda maior cidade do Iraque deixará de fazer parte do Califado Islâmico. Mais complicada é
  • O que vale (realmente) a pena

    A cidade italiana de Nápoles é mais conhecida pela Camorra, uma das mais bem-sucedidas organizações criminosas da Europa, do que pelo bem comum. Porém, ou talvez por causa disso, foi lá que nasceu o “café suspenso”. Em plena II Guerra Mundial, num tempo de escassez, miséria e caos, foi ali que algué
  • Bob, o construtor (de Literatura)

    Se houvesse um comité aleatório constituído por pessoas com quem me tenho relacionado de alguma forma, seja a minha mãe, o estafeta com a encomenda de cordas de guitarra ou o mecânico onde deixei o carro há 3 semanas, estou certo que por unanimidade eles me atribuiriam o prémio da pessoa mais neglig
  • E tu, o que pensas sobre isto?

    O trabalho sobre a palavra, uma das funções essenciais daquilo a que chamamos literatura, como modo de contar os seres humanos e a vida em toda a nossa complexidade, entrou em nova fase no começo do século XX: com o aparecimento de novas tecnologias baseadas na reprodução do som e da imagem, como o
  • A ascensão de Adolfina

    Quando falamos da Alemanha ou do Governo alemão temos tendência a fulanizá-los em Frau Merkel ou Herr Schauble. Também simplificamos as suas posturas com a ideia de que a União Democrata-Cristã, onde os dois pontificam, é a força partidária mais à direita. Mas a política germânica é muito complexa e
  • Era uma vez um táxi…

    Apetece contar a história como se fosse para crianças. Há factos que, simplificados, tornam-se tão óbvios que deixam de ter discussão. E a polémica que opõe taxistas, plataformas digitais e o Governo poderia bem ser contada como se de uma romântica revolução tranquila se tratasse.
  • In Trump We Trust!

    Há coisas com graça que se escondem debaixo dos nossos narizes, outras debaixo das nossas línguas. Até hoje, por exemplo, nunca tinha considerado esta piada global: uma das poucas frases em alemão que muita gente sabe reproduzir é dita no mais cerrado sotaque americano de Boston. Não ficando a graça
  • GAME OVER PARA "THE DONALD"

    A apenas quatro semanas do dia de eleições nos EUA, com Hillary Clinton cada vez mais presidencial e a saber evitar o mais possível o modo reality show rasca desta campanha, duas perguntas emergem como principais: que força política vai ter o populismo nestas eleições? que dimensão terá o dano causa
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