• O fim da mediação

    Por estes dias, quando se recordou novamente a tragédia que o ambiente sofreu, ao largo da Galiza, a 13 de novembro de 2002, com o derrame de 77 mil toneladas de crude pelo petroleiro Prestige, recuei por momentos a esses dias e confrontei-me com a evolução do meu olhar, sobre essa notícia, à medida
  • Os Diamantes São Eternos

    É verdade que ele tinha mais de Dustin Hoffman que de Sean Connery, mas durante muito tempo olhei para o Leonard Cohen como uma espécie de James Bond. O espião e o trovador sempre abotoados nas casas certas, sedutores, infalíveis e predestinados a salvar o mundo – no caso do 007, era a salvação cont
  • E agora, segue-se Le Pen?

    Faz sempre bem ouvir os sábios: Zygmunt Bauman, decano dos sociólogos europeus e observador implacável do nosso mundo, analisa na revista italiana L’Espresso a vitória eleitoral de Trump. Assim: diz que “é um sintoma alarmante, reflete o divórcio entre poder e política, do qual resulta um vazio prop
  • O impensável aconteceu: President Trump

    É um grande falhanço não ter percebido que a desilusão e revolta da América branca contra o sistema político de Washington tivesse tal magnitude que tenha provocado o apocalipse eleitoral de Hillary Clinton. Pela minha parte, peço desculpa pelo erro de análise, por não ter sabido sentir a intensidad
  • Depois digam-me quanto é que ficou

    Começo o texto recordando-vos duma coisa óbvia: eu estou no Passado. Qualquer pessoa que escreve é uma voz do Passado em relação a quem a lê.  Repito, tenho consciência de que isto é óbvio, mas ainda assim a chamada de atenção torna-se pertinente considerando o Passado em que eu estou e o Presente e
  • Estados (muito des)Unidos da América

    O mais desconcertante nesta triste eleição nos EUA é que uma personagem como Donald Trump se tenha apoderado da nossa atenção principal. Não há memória de uma campanha com tão venenosa retórica, com tanta raiva à solta e tomada por um candidato instável e megalómano feito showman com o seu discurso
  • A verdade mentirosa dos números

    A história é velha, e sempre igual: eu como uma galinha inteira, o leitor come raspas. Para efeitos estatísticos, cada um de nós comeu meia-galinha… E não consigo deixar de pensar nesta anedota sempre que se publicam estatísticas - talvez a verdade mais mentirosa que a aritmética criou. Nos últimos
  • Who you gonna call?

    Confesso que o único Halloween português que aprecio é um rapper com esse nome, não a festividade. Por isso, se me apanharem a elogiar o Halloween de Odivelas não será como quem fala do Carnaval de Peniche ou das Cavalhadas de Vildemoinhos, mas sim do músico luso-guineense. Concluindo-se que não mor
  • Top 10 de mortes que mais me marcaram no cinema

    As mortes no cinema têm, felizmente, qualidades diferentes da vida real. São ao mesmo tempo menos permanentes – se voltarmos o filme ao começo podemos passar mais algum tempo com a personagem ainda viva – e mais permanentes – sabemos como, quando e onde vão acontecer e em alguns casos a sua memória
  • Desta vez não há American Dream

    Hillary é uma candidata que não entusiasma. Há a ideia de que nunca alguém esteve tão preparado para exercer a presidência, é intelectualmente brilhante, mas desconfia-se dela, sobretudo pela noção de que não passaria no scâner da fiabilidade ética e por histórias de suspeitas de possível conflito d
  • Em Abrantes, tudo como dantes

    Demorou, mas a verdade lá veio ao de cima: afinal, era mesmo um “contratado” de José Sócrates que escrevia o blog “Câmara Corporativa”, sob o pseudónimo Miguel Abrantes, com mais vigor entre entre 2005 e 2010 (o blog manteve-se até 2015, está parado desde então). Chama-se António Peixoto, e recebia,
  • Iguais a nós próprios

    Tenho seguido com pouca atenção o caso Pedro Dias. Tão pouca que o único comentário que repito na minha cabeça se prende com aquelas duas fotografias recorrentes do fugitivo: parecem-me inequivocamente a mesma pessoa. Arrisca-se a ser o comentário mais rigoroso e invulnerável que teci em todo o 201
  • O "stress test" à política nos EUA

    Daqui a duas semanas, na noite de 8 para 9 de novembro, o que é que Donald Trump vai fazer quando, como todas as evidências há muito anunciam, constatar que está derrotado? É de admitir que no final possa acabar a cumprimentar a presidente Hillary Clinton e a anunciar que se retira da política e vol
  • As duas grandes batalhas por Mossul

    A primeira batalha decorre há vários dias, com as forças do ISIS a defender a cidade e uma “coligação de 60 países” (dizem os noticiários) a atacar. O desfecho parece inevitável; vai demorar semanas, mas a segunda maior cidade do Iraque deixará de fazer parte do Califado Islâmico. Mais complicada é
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