Já me aconteceu dizer algo como «gosto muito de ir ao Porto» — e ter logo alguém a disparar: «ah, sim, mas Lisboa é que é». Ora, note-se, dizer «gosto muito de ir ao Porto» é uma frase onde não entra Lisboa nem de raspão.
Antes de mais, queria pedir-vos desculpa precisamente por esta crónica não ser sobre o Salvador Sobral. Eu também concordo que ele é incrível, mas há mais mundo.
Os norte-americanos querem retirar-se da Ásia e do controle planetário – uma oportunidade para a China, que caminha inexoravelmente para se tornar a maior potência mundial.
O tempo não estica. O tempo parece cada vez mais curto. O tempo é o mesmo mas gastamos cada vez mais em frente a um ecrã. Precisamos de sair da internet. Para ter vida e nessa vida ter também tempo para ler.
Há pontarias tramadas. Decidi que este era o melhor momento – talvez o único, neste ano cheio - para tirar uns dias a praticar aquilo que sempre cultivei, mas agora tem nome: “nesting”. Não é bem “fazer Nestum” – expressão feliz, do nosso calão, que significa exactamente “fazer nada”... - mas é usar
Vivemos tempos contraditórios. Confusos e complicados. O paradoxo está instalado e não há como escapar-lhe. São tempos de menos e mais e de apelo constante ao consumo. Da obesidade mórbida e da excessiva preocupação com a alimentação e saúde. Da liberdade para sermos, fazermos ou vestirmos o que que
O Brasil volta a ser sacudido por uma nova onda de indignação pública depois de serem divulgados vídeos em que o presidente Michel Temer autoriza um suborno. Paulo Cardoso de Almeida recua na história para recordar como nasceu o Brasil independente. Uma história paralela à de Portugal.
De que se faz a História de Portugal? Num país, ora à beira-mar plantado, ora à deriva (pelos vistos, nem para lugares-comuns há consenso) onde é que se faz História hoje em dia? É neste momento particular, de optimismo e celebrações, que me interessa saber o que é isso de andar para a frente; se sã
Por mais que apeteça celebrar com entusiasmo o triunfo de um artista peculiar, com sensibilidade em que desejamos rever-nos, como é Salvador Sobral, é um excesso que essa alegria ocupe meia hora na abertura do telejornal.
Foi o 13 de Maio mais badalado de que tenho memória. Acho que nem o original teve tanto destaque. Foi um três em um. Visita de Papa Francisco, canonização dos dois pastorinhos e o terço da Joana Vasconcelos. Os jornalistas estiveram em estado sobrenatural de histerismo durante dois dias. Na RTP fala
Escrevo esta crónica antes de saber se o Salvador ganhou a Eurovisão. Por isso falo antes daquele dia em que o Rui Costa nos ajudou a ganhar contra a França na final do Euro 2016.
É meia-noite. Acabo de trocar mensagens com a Gabriela Schaaf que a partir da Suíça me diz: "ele conquistou todos os corações!". A Gabriela foi uma das vozes que mais ouvi nos anos 80. No último festival da canção também ela foi lembrada.
As celebrações de campeonatos do Benfica são como os acidentes: a maioria dos portugueses abranda para ver. Eu não aprecio. Mas como a simpática equipa do SAPO24 me pediu que escrevesse sobre isso não quis fazer-lhes a desfeita.
O ano passado intitulei, no Prolongamento na TVI24, que o campeonato 2015/16 tinha sido o Campeonato da Comunicação. Este ano antecipo aqui no SAPO 24 que este, para mim, é o Campeonato da Psicologia. Da força da mente.
E o Benfica lá conseguiu o tetra e portanto parabéns ao Benfica. O autor de D. Quixote, o genial Cervantes, afirmou que estar preparado é metade da vitória e acredito que se aplique. Por vir embalado de três campeonatos ganhos, o Benfica estava mais preparado e acabou por ganhar o título. Ficou semp
O Benfica alcançou o tetra campeonato com toda a naturalidade, ainda que alguns céticos de tempos a tempos tivessem posto em causa a certeza dessa conquista. O que tais céticos falharam em constatar foi, pura e simplesmente, a presença de Fejsa no plantel do clube. A partir do momento em que Fejsa f
Este sábado ficou na história do Benfica. Ganhar quatro vezes consecutivas o campeonato nacional, o “Tetra”, foi seis vezes tentado por gerações notáveis do Benfica. De Eusébio a Simões, de Toni a Nené ou de Shéu a Rui Costa, nunca o Benfica foi capaz de ganhar mais de três campeonatos consecutivos
O Papa em Portugal, o Benfica campeão e o Salvador a poder salvar o que até há uns meses achávamos do festival da canção. Não é fado, mas Salazar estará certamente a rejubilar com tão grandioso sábado. Este sim, devia ser o Dia de Portugal.
Para quem viveu a ditadura de Salazar, qualquer alusão aos três F's dispensa contextualização e é sempre (supostamente) mal utilizada porque, dizem, hoje é tudo muito diferente. Só que não é. Efectivamente, não há grande semelhanças entre este e aquele tempo, o tempo da outra senhora, como também já
Se a vida te dá limões, faz limonada. Pode parecer uma banalidade, mas serviu para dizer a uma amiga que tinha de andar para a frente. Acrescentei que o açúcar é o amor que tem à sua volta. Porque tem amor na sua vida e tomou sempre decisões em prol da família.
Fátima, Futebol e Fado. Três efes que ganharam vida, dizem, com o Estado Novo. Hoje Portugal é outro. E este fim-de-semana promete acrescentar aos três conhecidos F’s outros “irmãos gémeos”. “F” de festa, fezada, Fé, Festival da Canção, que prometem animar o Facebook. É este o novo fado de um país q
Não sei forjar assinaturas — exceptuando a minha própria (sempre com ar falsificado quando me colocam a pressão de escrevê-la “como no B.I.”) — mas sou mestre a forjar indignações. Este parágrafo é o duma indignação forjada, uma irritação fácil de desmascarar. Digo-me indignado com a atenção recente
Faz lembrar aquela anedota sinistra sobre o amor: "Então, mas você ama-a por amor, ou por interesse?" /
"Olhe, amigo, deve ser por amor, que ela interesse não tem algum...". Assim olho eu, de forma simplória, para as eleições francesas, agora que “respirámos de alívio” porque, por uma vez, as sondag