Os sindicatos de motoristas que entregaram um pré-aviso de greve decidiram hoje manter a paralisação, com início na segunda-feira, num dia que ficou também marcado por uma reunião de emergência convocada pelo primeiro-ministro.
A Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro) garantiu que a situação nos postos de abastecimento "não é dramática e muito menos de alarme", e notou que o não cancelamento da greve dos motoristas era já uma "possibilidade".
O presidente da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Passageiros (ANTROP) assegurou hoje à Lusa que, se os motoristas cumprirem os serviços mínimos durante a greve, o transporte público “essencial” será garantido.
O ministro da Administração Interna garantiu hoje, no âmbito da greve dos motoristas, que a rede de emergência, com 52 postos de abastecimento exclusivos e 320 não exclusivos, “permitirá responder às funções prioritárias do Estado”.
Os representantes dos dois sindicatos que convocaram a greve dos motoristas confirmaram hoje que avançam com a greve a partir de segunda-feira, mas admitiram que, até ao início da greve, a situação ainda se pode alterar.
A Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) defendeu hoje que a greve dos motoristas é uma “vitória estrondosa” para os representantes sindicais, mas é “uma derrota brutal” para todos os trabalhadores sindicalizados.
O Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) e o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) decidiram hoje manter a greve com início na segunda-feira, por tempo indeterminado, após a realização de um plenário conjunto.
O presidente do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas, Francisco São Bento, disse hoje à entrada para um plenário com os associados, em Aveiras, que “neste momento” lhe parece “muito pouco provável que haja um levantamento da greve”.
Um porta-voz do Sindicato Independente de Motoristas de Mercadorias, garantiu esta manhã, após plenário, que foi aprovada por unanimidade a “manutenção da greve”.
A GNR e a PSP estão autorizadas a usar câmaras de vídeo portáteis durante a greve de motoristas de mercadorias de matérias perigosas, “com vista à proteção e segurança de pessoas e bens”.
Os sindicatos de motoristas que entregaram um pré-aviso de greve, com início na segunda-feira, reúnem-se hoje em vários plenários com os seus associados, para discutir "assuntos importantes do mundo laboral", segundo Pardal Henriques.
O primeiro-ministro, António Costa, vai reunir-se amanhã em São Bento com membros do Governo para acompanhar os preparativos para a greve dos motoristas.
O Governo anunciou hoje que os veículos ligeiros só podem abastecer no máximo 25 litros de combustível e os pesados 100 litros, durante a greve de motoristas, em postos que não pertencem à Rede de Emergência de Postos de Abastecimento (REPA).
A declaração de crise energética feita hoje pelo Governo devido à greve dos motoristas de mercadorias implica “medidas excecionais” para minimizar os efeitos da paralisação e garantir o abastecimento de serviços essenciais como forças de segurança e emergência médica.
O advogado do sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) confirmou que o tribunal recusou a providência cautelar que pedia a impugnação dos serviços mínimos definidos pelo Governo e que o sindicato recorrerá ainda hoje da sentença.
O presidente da Associação Nacional de Sargentos (ANS) mostrou-se hoje preocupado com o eventual recurso a militares para conduzir camiões durante a greve dos motoristas de pesados de matérias perigosas sem que tenham tido a formação adequada.
O ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, anunciou hoje que cerca de 500 elementos das forças de segurança e armadas vão assegurar serviços mínimos, durante a greve dos motoristas.
O ministro do Trabalho, Vieira da Silva, disse hoje que o Governo está “permanentemente disponível” para mediar o conflito entre motoristas e patrões, considerando que “é preciso que as partes ouçam o povo português”.
O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José António Vieira da Silva, anunciou hoje que o Governo declarou crise energética e afirmou que o direito à greve não é ilimitado.
As pessoas que estão a armazenar combustível em jerricãs em casa estão em incumprimento da lei que regulamenta a matéria técnica de Segurança Contra Incêndio em Edifícios, Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
A EDP Distribuição afirmou hoje estar “preparada para acionar” o seu Plano Operacional de Atuação em Crise, a confirmar-se a greve dos motoristas a partir de segunda-feira, de forma a assegurar o fornecimento de eletricidade.
Vários automobilistas concentravam-se hoje de manhã nos postos de combustíveis junto à fronteira luso-espanhola entre o Algarve e a Andaluzia preocupados com os efeitos da greve dos motoristas de transporte de matérias perigosas, agendada para segunda-feira.
Os taxistas mais cautelosos mantêm o depósito cheio, outros circulam com ele “abaixo de meio”, certos de que “não vai faltar gasóleo”, mas todos os ouvidos pela Lusa no Porto recusam “alarmismos” devido à greve dos motoristas.