• A escalada da pós-verdade

    É um ritual a cada 12 meses, a equipa dos dicionários Oxford, publicados no Reino Unido e nos EUA, proclama a palavra que marca o ano que acaba. Para este 2016, provavelmente já sabe que a escolha é um neologismo que entra diretamente para a enciclopédia: post-truth. Portanto, pós-verdade, com o pós
  • O último patriarca

    Há momentos que fazem fronteira: o século XXI começou em 11 de setembro de 2001, nas Torres Gémeas de Nova Iorque; o século XX tinha começado a acabar em 9 de novembro de 1989, com a queda do Muro de Berlim, e chega à ponta final do fim neste 25 de novembro de 2016, com a morte de Fidel Castro. Das
  • Sou adulto e sou fã de Justin Bieber

    Quando era um miúdo isolado num Alentejo ao qual não voltei mais e passava parte dos dias no quarto a ouvir ininterruptamente discos de Backstreet Boys, Spice Girls e afins, sentia sempre uma certa dose de culpa por ouvir este tipo de pop. Não que tivesse grande consciência de géneros musicais, mas
  • Não vá o optimismo entusiasmar-se…

    Há dias em que, por efeito do sol ou de uma qualquer descarga extra de serotonina pelo corpo fora, acordamos a acreditar que o Mundo, apesar de Trump, é hoje um lugar melhor e mais simpático para viver, e o ser humano tem tendência para se tornar mais civilizado e sensato. Porém…
  • Trompe le monde

    Para as pessoas da minha geração, o Alec Baldwin pode muito bem significar aquele tipo que, no final dos anos 80/início dos 90, era tão bem parecido e sucedido que até conquistou a Kim Basinger. Ou então recordamo-lo como o mais velho de 4 irmãos actores, e o único deles com aparência de ter tido bo
  • A surpresa seguinte

    O Nobel Mario Vargas Llosa é um escritor magistral com notável intervenção cívica e feroz recusa de qualquer forma de ditadura, seja de esquerda ou de direita. É um intransigente defensor da sociedade aberta muito influenciado pelo pensamento liberal de Karl Popper. No seu texto semanal para o El Pa
  • A Internacional Autoritária

    Desde a década de 1960 que se espalhou a sensação maravilhosa de que o mundo só podia progredir socialmente. As democracias tradicionais estavam consolidadas e a aperfeiçoar a igualdade e as oportunidades dos cidadãos. Os regimes autoritários, quer de esquerda, quer de direita, estavam fadados a ser
  • O impensável aconteceu: President Trump

    É um grande falhanço não ter percebido que a desilusão e revolta da América branca contra o sistema político de Washington tivesse tal magnitude que tenha provocado o apocalipse eleitoral de Hillary Clinton. Pela minha parte, peço desculpa pelo erro de análise, por não ter sabido sentir a intensidad
  • Depois digam-me quanto é que ficou

    Começo o texto recordando-vos duma coisa óbvia: eu estou no Passado. Qualquer pessoa que escreve é uma voz do Passado em relação a quem a lê.  Repito, tenho consciência de que isto é óbvio, mas ainda assim a chamada de atenção torna-se pertinente considerando o Passado em que eu estou e o Presente e
  • Estados (muito des)Unidos da América

    O mais desconcertante nesta triste eleição nos EUA é que uma personagem como Donald Trump se tenha apoderado da nossa atenção principal. Não há memória de uma campanha com tão venenosa retórica, com tanta raiva à solta e tomada por um candidato instável e megalómano feito showman com o seu discurso
  • A verdade mentirosa dos números

    A história é velha, e sempre igual: eu como uma galinha inteira, o leitor come raspas. Para efeitos estatísticos, cada um de nós comeu meia-galinha… E não consigo deixar de pensar nesta anedota sempre que se publicam estatísticas - talvez a verdade mais mentirosa que a aritmética criou. Nos últimos
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