Quando queremos escrever uma crónica, olhamos em volta à procura de material. Ora, cada um repara em coisas diferentes. Como trabalho todos os dias com palavras, são elas que me saltam à vista. Foi por isso que, nesta primeira crónica, peguei em sete palavras que me chamaram a atenção nos últimos di
Duvido que se vá alguma vez tornar clássica a pergunta “Onde é que estavas a 19 de Dezembro de 2016?”, o que é pena, pois parcialmente saberia dar uma resposta. Não são assim tão claros os compromissos que tive nessa segunda-feira, mas é impossível esquecer que a determinada altura do dia estive sen
Há polémica sobre a fotografia do ano do World Press Photo. A foto, como já é sabido, é um instante do momento dramático em que um atirador isolado, Mevlut Mert Altintas, dispara sobre o embaixador russo na Turquia, Andrei Karlov, na inauguração de uma exposição na Galeria de Arte Contemporânea de A
Tudo indica que o partido antieuropeu e hostil à entrada de imigrantes, liderado por Geert Wilders, vai ser o mais votado nas eleições legislativas, daqui a um mês, na Holanda. Em França, Marine Le Pen vai celebrar e clamar que é a revolução nacionalista a avançar pela Europa. Em 23 de abril, a líde
O que faz o amor durar? Eis uma pergunta que nos permite, a propósito do amor, falar de tantas outras coisas. Para, no final das contas, percebermos que, de uma forma ou de outra, é quase sempre por causa do amor - ou da falta dele - que tudo acontece.
Perguntam-me muitas vezes sobre o futuro da rádio. Na verdade, não sei. Como nenhum outro profissional saberá. Ou, pelo menos, poderá afirmar com absoluta certeza o que o futuro significa. Conhecemos as tendências, os indicadores, os comportamentos e as afirmações relativas às expectativas.Também co
Numa situação em que nada é o que parecia nem parece o que era, o movimento conservador tem um novo líder e ele chama-se Vladimir Putin. Mais do que uma mudança ideológica, trata-se de uma manobra estratégica. Muito inteligentemente articulada, como se pode ver pelos resultados.
Na próxima segunda-feira, dia 13, assinala-se o Dia Mundial da Rádio, facto que ocorre pela terceira ou quarta vez - quando a UNESCO, tarde e a más horas, reconheceu a relevância do meio no universo da comunicação. No site da organização diz-se que o Arcebispo Desmond Tutu terá afirmado que “a rádio
O que é uma chapada? Ou mulheres agredidas? Que importa isso se a própria autoridade desvaloriza? Na Rússia, com 36 mil mulheres agredidas por dia e 26 mil crianças espancadas por ano, a violência doméstica deixou de o ser. Por lei.
O Acordo Ortográfico de 1990 é óptimo. Acreditem, é mesmo. É das coisas mais excitantes que aconteceram à Língua Portuguesa, não tenho a menor dúvida. É óptimo, de tão flagrante ser a sua inconsistência. É a semente chocha de vigorosos revoltados: no mesmo país onde nunca nascerão durões como Hemmin
Chama-se Stephen Bannon, é inteligente, astuto, obstinado, provocador, bizarro, polémico e descarado. Muito hábil a desenhar e construir estratégias e perito em manipulação. É um ultra, admirado pela direita mais estridente nos EUA. Há vários anos que não esconde a sua ambição: destroçar o atual est
Ainda estamos longe do igualitarismo de outros países, mas temos de reconhecer o tanto que avançámos. Ainda que os países do Norte da Europa estejam na primeira liga em termos de igualdade de género, até os países mais conservadores mostram sinais de mudança.
O livro “O Nosso Reino”, de Valter Hugo Mãe, foi retirado da lista de leituras recomendadas a alunos do 3.º ciclo pelo Plano Nacional de Leitura. O protesto dos pais por causa de passagens com conteúdo sexual e violento gerou incómodo entre o painel de onze especialistas que anualmente propõem as ob
Imaginem. O nosso sistema seria presidencialista e em vez do tio Marcelo que dança com velhas e dá mergulhos de Inverno, teríamos um pato bravo que andava de descapotável, logo que os posts de Facebook batessem nos 18 Celsius, e que se chamava Donaldo Trãpe.
Estou a ver na TV, num canal de notícias, uma curta troca de argumentos sobre a eutanásia. Estremeço. Antecipo o “amplo e profundo” debate que o Presidente Marcelo desejou há dois dias: vai dar asneira. Um dos intervenientes era mesmo o bastonário da ordem dos médicos, José Manuel Silva - e a forma
Discute-se hoje no Parlamento a morte medicamente assistida. Eutanásia. À esquerda, acordo quanto ao direito à vida e à morte, sobretudo em relação à forma como se morre, e a dignidade que lhe deve estar implícita. À direita, o não garantido. Nos restantes grupos parlamentares o "nim" tão convenient
Scorsese não é um Dreyer. Andrew Garfield não é um falante de português. “Silêncio” não é um Livro de Job. Portugal não é uma cidade pequena. Então porque é que eu continuo de orelhas levantadas?
O Papa Francisco, no dia de São Francisco de Sales, patrono dos jornalistas, exortou os profissionais deste ofício para que cultivem a comunicação construtiva, que favoreça a cultura do encontro e do respeito pelo outro. Bergoglio insta os jornalistas a que não se foquem apenas em notícias negativas
Os meses vão passando e o PSD não tem candidato à Câmara de Lisboa. O que faz sentido, porque ninguém se quer inscrever para levar porrada. Fernando Medina quis tornar a cidade mais pedonal e conseguiu - especialmente para ele próprio, que vai passear pachorrentamente no sentido de um novo mandato.
Somos um povo especial. Com uma enorme abertura ao exterior, mas com dificuldade em escolher e defender o que é nosso. Sem muros, nem taxas, está na altura de transformarmos likes em ações com impacto efetivo na economia.