José Couto Nogueira é jornalista desde os tempos do Antigo Regime e já trabalhou como repórter, colunista, editor, chefe de redacção e director em muitas publicações, entre elas o jornal digital "Alface Voadora", em 1997-2000. Viveu mais de 20 anos em Londres, São Paulo e Nova Iorque, e escreveu quatro livros de ficção e três de não ficção. Está no SAPO24 desde 2015.
O dilema não é novo e a solução não é fácil: uma técnica deve ser adoptada só porque se torna possível, ou há que considerar as suas implicações éticas?
Desde a internacionalização do Facebook, em 2006, que a questão do que é uma “plataforma social” se coloca, em termos da autoria do conteúdo: deve ser considerada como um órgão de comunicação social, responsável pelo que publica, ou é apenas um veículo para as opiniões dos autores, sem responsabilid
A resposta é: não. Nos Estados Unidos, o racismo da polícia é notório e amiúde fatal. Cada caso suscita uma onda de protestos, mas nada muda. Uma questão que levanta outras, todas elas sem fim à vista.
O Apocalipse brasileiro, que não é um evento único, mas sim uma sucessão de situações que dura há décadas, não se sabe quando acabará, e deveria ter mais um cavaleiro, a Corrupção.
Em 1989, com a queda do regime comunista, a Polónia iniciou um processo democrático que lhe permitiu entrar para a NATO em 1991 e para a União Europeia em 2004. Mas a partir de 2015, com a vitória eleitoral do partido Lei e Justiça (PIS), a situação complicou-se. As eleições presidenciais marcadas p
Com a sua tendência compulsiva para o fait divers, as redes sociais portuguesas discutem incansavelmente se “emergência” não será menos assustadora do que “calamidade”. Também se debate se somos o país melhor ou pior do mundo. Mas um país é a soma inexorável dos seus cidadãos.
A pandemia do coronavírus trouxe para a ribalta internacional uma figura de que até agora poucos ouviram falar: Tedros Adhanom Ghebreyesus, um microbiologista que aparece em todos os noticiários de televisão com a expressão contrita de quem preferia não aparecer. Mas quem é, afinal, este homem que c
Sem dúvida. Para os autocratas pré-pandémicos, que já tinham poderes excessivos antes de Janeiro deste ano, é uma oportunidade de aumentar a tutela das decisões; para os aspirantes a ditadores, a justificação de que precisavam para realizar as suas aspirações.
O que não falta são teorias da conspiração sobre o mal que assola mais de 180 países e 200 territórios deste mundo, e que provavelmente irá mudá-lo... ou talvez não. Serão verdadeiras?
Dantes, na Idade das Trevas, as epidemias eram chamadas genericamente de “peste” porque eles não sabiam qual era a maleita. Hoje, na Idade da Tecnologia Global, sabe-se tudo sobre a ameaça invisível. Mas o comportamento das pessoas não mudou.
Estamos no olho do furacão, mas certamente que a tempestade vai passar. Daqui a três meses, um ano, dois anos, ninguém sabe. Mas já se fazem elucubrações sobre o que mudará no mundo.
Enquanto Macron diz que “estamos numa guerra”, Boris Jonhson mudou de estratégia em uma semana e Trump, depois de desvalorizar, afirma agora que viu antes de toda a gente que vinha aí uma pandemia. O vírus, sendo como uma invasão alienígena vinda não se sabe de que planeta, está a mostrar como os hu
Não há como ocultar o evidente: as pessoas estão assustadas com a epidemia, ou pandemia, ou peste, ou lá o que possa ser, que vem por aí. De repente, a sempre subentendida superioridade ocidental está a sentir-se numa situação que parecia impensável.
A 25 de janeiro, o júri de um tribunal de Nova Iorque considerou o ex-produtor cinematográfico de Hollywood culpado de dois casos de “assalto sexual” em primeiro e terceiro graus, o que pode levar a que o juiz lhe dê uma pena de prisão entre cinco e 29 anos. Se bem que ninguém duvide da culpa de Wei
Desde 1945 que o Presidente da República dos Estados Unidos era “o homem mais poderoso do mundo”. Em 2019 tornou-se cada vez mais evidente que o título está prestes a pertencer ao Presidente da República Popular da China. Até que, a 25 de Janeiro de 2020, começou o Ano do Rato.
O Serviço Nacional de Saúde é assunto constante no noticiário. Por um lado, os governantes afirmam-se sempre preocupados em melhorá-lo e as redes sociais não param de criticá-lo; por outro, a discussão se deve ser mais ou menos (ou exclusivamente) público tem os seus detractores e defensores indefec
A Índia é um cocktail de superlativos: a maior democracia da Terra, o sétimo maior país (3.287.263 km2) e segundo mais populoso do planeta (1.358.865.300 habitantes), uma das oito potências nucleares, um dos mais pobres per capita (125.º em 190), com 50% da população abaixo dos 25 anos, e o maior pr
Desde que Donald Trump foi eleito, em 2016, o objectivo do Partido Democrata é só um: impedir que seja reeleito em 2020. Para garantir essa vitória precisa dum candidato credível, que reúna todas as sensibilidades anti-trumpistas. Parece fácil, uma vez que o 45º Presidente é uma personalidade bastan
Este título pode ter dois sentidos: a despedida do Reino Unido da União Europeia, ou o seu desaparecimento, tal como o conhecemos. O primeiro, acontece numa data precisa: 31 de janeiro de 2020, 24 horas locais em Bruxelas. O segundo, é um processo lento, que realmente não sabe quando tempo dura e qu
Para que serve uma instituição que sucessivamente, repetidamente, não sabe e não viu, ou então sabia e estava a ver, mas nada fez para punir os “desvios” e “imparidades” (ah! esta linguagem sanitizadora!) e proteger o contribuinte?
Ninguém estava à espera, mas não se pode dizer que seja inesperado: Vladimir Vladimirovich Putin, o homem que manda na Rússia há 20 anos, quer continuar a mandar. E, mais uma vez, tratou de resolver os problemas que o podiam impedir.
No dia 3 de Janeiro, um drone norte-americano abateu Qasem Soleimani, comandante das tropas de elite do Irão, al-Quds, no aeroporto de Bagdade. Avaliadas as repercussões à velocidade da Internet, no dia 4 de Janeiro já se falava na III Guerra Mundial. Premonição ou paranóia?
No final do ano fazem-se listas de tudo: os melhores, discos, filmes e livros, os acontecimentos importantes e os mortos ilustres. Contudo, se os bons são significativos para definir as qualidades do Homem, os maus são muito mais importantes para marcar o seu destino.