Li não sei onde que o animal mais perigoso do mundo é um ser humano com menos de trinta anos. E agora pergunto eu: qual é o segundo animal mais perigoso do mundo? Não há dúvidas: é o ser humano com mais de trinta anos. E às vezes até trocam de posição.
Tive esta ideia de negócio há dias e achei genial. Nem o Miguel Bate-Punho se lembraria deste nível de empreendedorismo. Claro que o adjectivo “genial” está mais usado que piadas da Maddie, a desculpa “não me lembro” do Ricardo Salgado e do avançado do Canelas e do que a minha dignidade ao sair do L
“O nome dela é Pedro e ela é um monstro” – este título de uma matéria da última revista do Expresso, assinada por Christiana Martins, além de ter baralhado o corrector ortográfico do computador, remeteu-me para outras matérias que li na imprensa inglesa, por estes dias, numa coincidência que até me
Aqui está a perfeita definição para tanto do que (ainda) acontece na nossa sociedade: "Tristemente, sou sim fruto de uma geração que aprendeu, erradamente, que atitudes machistas, invasivas e abusivas podem ser disfarçadas de brincadeiras ou piadas. Não podem. Não são." A frase é de José Mayer.
Tenho uma capacidade muito falsa de me surpreender com o meu país. A ruralidade, sobretudo, surpreende-me duma forma falsa. O maravilhamento é genuíno, mas a surpresa que o aumenta é falsa.
A barbaridade em Khan Sheikoun tem tudo para nos revoltar. Quando vemos as imagens daquelas crianças, daquela gente de todas as idades, a morrer em asfixia pelo gás tóxico, saímos da rotina do desfile de imagens de guerra que, pelo efeito de repetição, quase desarma a nossa sensibilidade. A utilizaç
“Pesadelo na Cozinha” é um sucesso. Vi todos os episódios e não me consigo cansar de devorar com voyeurismo esta tour nacional hoteleiro-kafkiana. A adaptação do formato britânico “Ramsey’s Kitchen Nightmares” resulta especialmente por este reality-show abordar uma curiosidade que os portugueses têm
Hoje, neste percurso por sete palavras da semana, viajamos à mais estranha fronteira da Europa e passamos ainda por uma das mais pequenas fronteiras do mundo, aqui bem perto. Sim, falo de Gibraltar.
Não está assim tão difícil arranjar casa como nos querem fazer parecer. As pessoa é que querem viver todas em palacetes, daqueles todos luxuosos com um quarto onde dá para uma cama de pessoa e meia, uma sala com um sofá de dois lugares (dois lugares!) e uma kitchnette com um bico de fogão e mini-fri
A chamada “pós-verdade” - a que chamo apenas, com maior rigor, mentira - anda de tal forma a cercar-nos, a instalar-se, e a fazer do seu pernicioso carácter um dado a ter em conta, e uma desconfiança permanente, que duvidei daquele vídeo que exibe a joelhada de um futebolista ao árbitro, logo no com
Isto é um espaço de opinião, mas hoje pretendo que seja um espaço de memórias. Ou, melhor, da falta delas. É que as opiniões são (por definição) subjectivas, e as memórias não deixam de sê-lo também – filtradas, revisionadas, selecionadas e (sabe-se lá) inventadas por quem as conta. Revelam-se muita
Quem assistiu ontem ao distópico debate dos candidatos às eleições francesas só pode ter sentido “vergonha alheia”. Então, ao fim de duzentos e tal anos de políticas variadas e mudanças radicais, é isto que o centro geográfico, moral e intelectual da Europa tem para apresentar? Depois de acontecimen
Agora, foi na esplêndida e histórica São Petersburgo. Este ataque do terror a Putin, no dia em que o presidente russo estava na cidade onde se impôs como homem poderoso, parece ser, apesar das poucas certezas, o preço que a Rússia paga por estar a impor a sua força militar na Síria. O ataque no metr
Ontem foi o dia das mentiras. Logo, hoje será um dia em que só dizemos a verdade, não é? Aqui ficam umas verdades sobre javalis que se enfiam no meu carro, Donald Trump a falar de portugueses e a ironia, coitadinha, que anda um pouco deprimida.
O Dia das Mentiras tem a mesma graça que ver um episódio de Batanetes ou levar um pontapé nas costas. Vou ser pai, vou emigrar para a Zâmbia, o Mickael Carreira é bom cantor. Ai que giro, que original escrever isto no Facebook todos os anos a 1 de Abril. Vê-se que se esforçaram para brincar às menti
Levantaram-se vozes sobre o nome do aeroporto do Funchal, a legitimidade, a pertinência, etc, etc, etc. Depois, na cerimónia transmitida pelos diferentes media, o assunto mudou: tem mais graça maldizer o busto onde o desgraçado do Cristiano Ronaldo parece tudo menos ele.
A semana começou com o regresso ao pedaço de Paulo Portas, directamente da Mota-Engil e da petrolífera mexicana PEMEX (serão assim tão diferentes da Goldman Sachs de Durão Barroso, que aliás o convidou?), para nos iluminar sobre globalização, Trump, referendos, eleições e os caminhos ínvios da Europ
Havia tanto para não se dizer sobre o Brexit. É um assunto que tenho evitado, nem sei se pelo desalento se pelos contornos xaroposos do fim duma relação. Mas acho que é isto que me irrita e mantém calado sobre o assunto: a demasiada facilidade com se tecem metáforas de divórcio. Gosto de praticar pa
Um documentário recente da BBC mostra admiravelmente como em menos de dois séculos Londres deixou de ser uma capital exclusivamente branca para se tornar uma metrópole global, multicolor, multirracial, onde convivem umas 50 culturas e mais de 100 línguas. É uma Babilónia moderna, numa cidade toleran