Ora, amanhã é Noite das Bruxas , ou noite de halouéne, como diria a maioria dos habitantes de Portugal, se a maioria não fossem turistas. No meu tempo (808 dC) este dia era o dia de “Pão por Deus”. Também pedinchávamos, porta a porta, mas não nos mascarávamos de monstros e não ameaçávamos ninguém co
A proclamação da República Catalã é apenas o reflexo da exaustão de todos os outros caminhos possíveis para fazer representar, por via concertada, o mandato de quase ou ligeiramente mais da metade da população catalã — premissa que só se poderia verdadeiramente verificar através de um referendo reco
Um empregado do Lidl, em Espanha, foi despedido por trabalhar horas a mais. Pena que nos meus tempos de consultor informático ninguém me valorizou tanto.
Suores frios, pesadelos, vontade de comer pizza até morrer asfixiado sem conseguir arrotar o pepperoni. É assim que me sinto na véspera de ir à Segurança Social.
As mulheres põem-se sempre a jeito para apanhar, na lógica machista. Se não é a mini-saia é ter opinião: quem a mandou falar, depois não se queixe. Assim se legitima o abuso e promove a auto-censura. Uma inversão tipo a abusada ser culpada do abuso, como no acórdão criminoso do juiz Neto de Moura.
Passou-nos ao lado o Information Overload Day, o dia do excesso de informação. O que tem este dia a ver com um acordão ou uma hashtag? Aparentemente, nada. Na verdade, tudo. Neste excesso de comunicação, falamos cada vez mais e comunicamos cada vez menos. O Acórdão está no topo da actualidade no Fac
A 29 de março deste ano a Grã Bretanha entregou oficialmente o seu pedido de saída da União Europeia, ao abrigo do Artigo 50 do Tratado de Lisboa. Assim sendo, a saída propriamente dita deverá ocorrer em março de 2019.
O grande tema da semana passada ainda vigora como o grande tema desta semana. É pesado, difícil, e fazemos-lhe justiça se não o alavancarmos rapidamente para fora dos nossos pensamentos. O chão ainda fumega, e as cinzas espalham-se até pelo sopro dos que tentaram assobiar para o lado. Foi um tema (q
O desastre que parecia inevitável já está a acontecer na Catalunha. Em vez de diálogo político é imposta a força de quem mais a tem, repressão em nome da legalidade. O confronto entre Madrid e Barcelona (e vice-versa) dá o salto para o desconhecido, com riscos, que são previsíveis e altíssimos para
O Tribunal da Relação do Porto (TRP) está numa relação complicada com a contemporaneidade. Recorrendo a versículos bíblicos, um acórdão deste mês rejeita o recurso do Ministério Público, mantendo a pena suspensa para um homem que agrediu a mulher, que o traíra, com uma moca de pregos. A Bíblia decid
A Espanha é, para muitos portugueses (não direi a maioria, porque não sei quantos são), um território imenso que devemos passar por cima, de avião — ou então de carro, bem depressa, quase sem parar, até chegar a França e então respirar.
Depois da tempestade vem o jogo da batata quente em que os políticos atiram as culpas de uns para os outros para ver quem sai de um cenário de tragédia com mais popularidade.
Antes que comecem já aí aos saltos e piruetas de revolta — como é vosso apanágio — certifiquem-se que leram bem o título. Não falo de feminismo, falo de femichismo. Portanto, o semelhante do machismo mas possuidor de uma bonita e demoníaca vagina que subjuga um feio e flácido pénis. O feminismo é im
Não estamos sozinhos porque este governo nos abandonou, embora isso também possa ser em parte verdade, muitos governos, ao longo de muito tempo. Estamos sozinhos porque seremos nós e só nós, à falta de extraterrestres ou deuses de varinha mágica, a lutar pela vida na Terra. Sozinhos com o que foi fe
Há duas formas de observar e analisar a tragédia que este Verão se abateu sobre Portugal: ou continuamos a converter qualquer acontecimento num argumento para a disputa política entre os Partidos que governam e que estão na oposição, e tudo continuará como está; ou abrimos os olhos e reconhecemos qu
Este é o slogan do 19º Congresso do Partido Comunista Chinês, que começou ontem no Grande Auditório do Povo, na Praça Tianamen, em Pequim, com a presença de 2.300 congressistas.
Lá atrás no tempo, bem atrás no tempo, cabeças rolaram para que o indivíduo pudesse ser mais do que isso, assumindo-se como figura central numa sociedade cujas hierarquias se transformaram. Hoje, raramente pensamos no significado que tem esta possibilidade de escolhermos quem nos representa na tomad
Sou duma terra ardida, é o que sou. A minha proveniência é essa, um sítio que ardeu e um país que vem ardendo – este é o gerúndio que me entristece e enfurece na mesma medida. Entristece-me ser natural duma terra ardida, enfurece-me quando garantem que o natural é que a minha terra vá ardendo. Tudo
Ontem chorei. Chorei no final da conversa com a jornalista da TV Galicia, que me abraçou por telefone, um abraço tão forte como se ela e eu tivéssemos perdido, à altura, uma quatro e a outra 32 familiares próximos. E perdemos. Mais ainda, soubemos depois. Eram nossos, sem ser. Chorei outra vez quand
No coração da Europa, num pequeno mas rico país, com história que mostra densidade cultural, está agora dado um sinal claro: está a cair a linha divisória que na tradição europeia dos últimos 70 anos separou as forças políticas conservadoras das de extrema-direita. É a fronteira que, por exemplo, em
Começa a ser complicado fazer uma crónica sobre um tema que não mexa com a parte gelatinosa das pessoas. Aquela responsável por fazer tremer de indignação. Por isso, hoje resolvi dedicar este espaço no SAPO24 a um tema leve. Bem sei que isso não vai impedir que apareçam búfalos na caixa de comentári
Ora, andava eu descansado na minha vida quando abro o Facebook. Começo a ler várias pessoas a reclamar contra um trocadilho: «Parem com essa história do 31!» «Chega do trocadilho do 31!» «Não têm nada mais original para dizer?»