Não se regressa a um mundo novo. Chega-se. Quando se chega, cria-se, justamente porque é novo, e por norma em conjunto para que façamos todos e todas parte. Assim acontecerá, chegaremos, quando for decretada a nossa liberdade exterior e interior.
Com a sua tendência compulsiva para o fait divers, as redes sociais portuguesas discutem incansavelmente se “emergência” não será menos assustadora do que “calamidade”. Também se debate se somos o país melhor ou pior do mundo. Mas um país é a soma inexorável dos seus cidadãos.
Diz o ditado que o juiz da guerra é o fim dela – mas não precisamos de lá chegar para começar a reflectir sobre o que se segue. As implicações éticas, políticas e legais de cada previsão calculada ou iniciativa implementada não podem ser ignoradas.
Vejo positividade em tudo e é assim que quero ver o futuro: difícil, porém risonho e mais igualitário. Por mim, pelos meus filhos, por ti. E enquanto não regressamos ao novo mundo, e somos obrigados a usar máscaras para nos protegermos, aproveitemos para nos libertarmos das máscaras que já não nos s
Incerteza, volatilidade, mudança. Três palavras que descrevem o presente e, provavelmente, o futuro próximo. Churchill defendia a necessidade de “antecipar o que acontecerá, para depois explicar o que não aconteceu”. Antecipar desafios futuros é um exercício necessário, mas falível, tal é a diversid
Daqui a quanto tempo vamos poder largar a preocupação contínua de desinfetar a vida? Tudo o que sabemos é que vai demorar até podermos sair deste trauma. O tempo ainda está a ser de sprint para não sermos apanhados pelo vírus. Mas estamos à beira de uma nova fase não menos dura e não menos exigente:
Se achávamos que já tínhamos percorrido a maior parte do caminho, a cada dia que passa vamo-nos apercebendo que, afinal, não é só uma questão de semanas, ou de meses, até podermos respirar de alívio. Serão anos.
Há umas semanas que ando a passear por estes tempos peculiares a bordo do alfabeto. O fim das nossas letras é mais difícil, mesmo ignorando o W e o Y...
Em momentos de emergência é muito comum recorrer-se à etimologia da palavra crise para se transmitir alguma esperança à população. Poucas semanas depois de a crise estalar é-nos explicado que a crise é afinal “κρῐ́σῐς” ou krisis, um estado intermédio no qual um paciente tanto pode sucumbir à doença
Hoje, excepcionalmente, podem chamar-me Ishmael. Há uns anos – não importa quantos –, com pouco dinheiro no bolso e nada que me interessasse em terra firme, sentei-me no sofá com um impulso fervilhante. Era a forma que tinha de espantar a melancolia e regular a circulação do sangue. Sempre que me an
A pandemia do coronavírus trouxe para a ribalta internacional uma figura de que até agora poucos ouviram falar: Tedros Adhanom Ghebreyesus, um microbiologista que aparece em todos os noticiários de televisão com a expressão contrita de quem preferia não aparecer. Mas quem é, afinal, este homem que c
O mundo vai mudar com a pandemia da COVID-19, talvez para sempre se alterem hábitos e características da sociedade que dávamos por adquiridos. Deixo dez previsões para um mundo pós pandemia.
A nova campanha da Heineken desafia os estereótipos de género e convida à reflexão sobre os rótulos associadas às bebidas. Poderá um homem beber um cocktail sem que a sua masculinidade seja afetada?
Multiplicam-se as notícias de gestos de grande dignidade, geralmente mal representada nos relatos que nos últimos anos temos visto e lido sobre a sociedade à nossa volta. O vírus está a revelar uma sociedade com robustez como comunidade que parecia quase não existir no tempo anterior ao covid.
Quer dizer, para os super-ricos está sempre bom. Portanto, também não era uma pandemia que poderia agora beliscar-lhes a vida maravilhosa que levam, nem sequer com uma leve perturbação do sono. Aconteça o que acontecer, dormem sempre descansados.