Está visto que as eleições europeias de maio próximo vão ser dominadas pela discussão sobre a hostilidade de muito eleitorado ao sistema político dominante. Muito vai girar em volta do avanço do populismo radical e da ameaça de valores que levantaram a união da Europa.
Não é que não haja quem dê livros pelo Natal. Mas não é uma tradição portuguesa, sei-o bem. É apenas mais uma opção, entre muitas. E é pena. Porque um livro sabe melhor do que chocolates.
Não discrimino pessoas pelas suas crenças religiosas já que trato todas as religiões por igual, pois acho que são todas uma treta. No entanto, discrimino pessoas pelo facto de falarem alto aos telemóveis em espaços públicos.
Vivemos em estranheza. Estranha-se a diferença para se estranhar ainda mais a igualdade. Estranha-se o desconforto da liberdade alheia para se entranhar a convenção pessoal que nos foi imposta e que nós tanto tememos questionar.
A língua evolui, contamina-se, é um tecido vivo e não pretendo ser purista da língua, longe de mim. O que me aborrece é perceber que diminuímos o vocabulário à conta da facilitação da leitura e da escrita e que não temos cuidado com a língua que nos dá identidade.
Absorvidos pela polémica das touradas, com a desgraça de Borba, ou talvez as peripécias do Brexit, não prestamos muita atenção ao que se passa nas longínquas costas do Pacífico, que incluem desde os países a que costumamos chamar de “orientais” até às margens do continente americano. Mas o efeito bo
«A Rússia é, neste momento, um país caído. A economia está devastada, há criminalidade violenta e um sem-número de problemas sociais graves. Para ampliar a aura de declínio, o país continua a ser defendido no resto do mundo pelos redutos mais patéticos - saudosistas que olham para o Kremlin pós-sovi
Bernardo Bertolucci é um dos últimos de uma sequência de gerações de cineastas italianos que, com inteligência, sensibilidade, poesia, requinte e técnica apurada, mudaram o cinema oferecendo-nos filmes muitas vezes transgressores, sempre preciosos, maravilhosos. São filmes que nos deram outra visão
Tijuana é uma cidade de fronteira. Fica no México, em Baja Califórnia, a cerca de 6 horas a pé e a 45 minutos de carro da cidade de San Diego, nos EUA. É lá que estão cerca de 6000 pessoas que vieram principalmente das Honduras e de El Salvador em busca de uma vida em paz. Mas os EUA estão cada vez
Cada doido, sua mania. Oiço falar dos Sentineleses, a tribo isolada que matou um maluc... missionário que lá quis ir — e a primeira coisa que penso é: como será a língua deles?
Pelo menos é o que indica a legislação da maioria dos países europeus, segundo um relatório da Amnistia Internacional. O mesmo que sugere que 20 dos 28 países da União Europeia têm leis sobre os crimes sexuais desactualizadas. Só o facto de usarmos o termo “desactualizadas” para este tipo de crimes
Abraçar os assassinos, atirar nos esfomeados. É a pornografia política do milénio. Que os bárbaros do sul morram nas terras deles, aquelas que o norte sugou.
A propósito da Conferência Anual do Plano Nacional de Leitura, a comissária, Teresa Calçada, disse: “Como não é tribal entre nós ler, mesmo os miúdos que lêem têm tendência a ler menos, ou a dizerem que não lêem, ou a acomodarem-se nisso, porque não é uma prática bem-vista. Nenhum miúdo se esconde d
A minha juventude, os meus anos formativos, desenrolaram-se mais por terras espanholas do que pelo Ribatejo (faz sentido: fui do grunge e do punk, e Santarém é a capital do Gótico). Talvez por isso, ainda hoje sinto que me chega ao nariz um hálito castelhano quando o tema é a tourada. Por muito que
Com a nomeação de Matthew Whitaker [para o lugar de Jeff Sessions], o novo Ministro interino passa não só a ter acesso a todas as informações da investigação sobre o alegado conluio entre a campanha presidencial de Trump e os russos em 2016 (que Robert Mueller tem mantido secretas), como pode vetar
"É fundamental que todos aqueles que batalham diariamente, de modo mais visível ou menos visível, pelos direitos de todas as crianças e jovens, se unam, questionando intensamente, por exemplo, sobre o grau de importância política que Portugal atribui hoje às questões da pobreza infantil." Análise em
A ele ninguém o cala e ainda bem. Declarou Alegre, “(...) sou pelas pessoas e sou por qualquer coisa de sagrado que há na corrida, qualquer coisa de sagrado muito antigo. Quem não percebe isso também não percebe a poesia, não percebe a literatura”. Ora, se quem não percebe a tourada não entende a li
Os rankings de escolas e as análises comparativas entre as próprias instituições educativas e alunos constituem meios de pressão sobre os professores e impõem grelhas de análise que contribuem para a própria formatação do que se entende ser o sucesso escolar. Assim, o grande desafio que se impõe na
Muito da França ficou neste fim de semana refém de um inédito protesto que está para continuar: centenas de milhares de pessoas bloqueiam estradas, ruas, túneis, portos e aeroportos em ação direta contra o caro custo de vida. Os sucessivos aumentos do preço dos combustíveis são o pretexto imediato.
As preocupações abstractas são frequentemente independentes da felicidade ou da infelicidade de pessoas concretas. Mudar o Mundo todo distrai, por vezes, de mudarmos o de alguns que nos estão próximos.